CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 13 de julho de 2016

3 456 - Cerco ao quartel do Negage e comício da FNLA em Carmona

Combatentes da FNLA em Carmona. Alguns deles terão participado
no comício de 13 de Julho de 1975, hoje se fazem 41 anos. Integravam
o Exército Nacional de Libertação de Angola (ELNA)

Os 1ºs. cabos Joaquim Rama Breda, condutor (a
fazer de conta que tocava viola) e Victor Manuel da
Cunha Vieira, o Sacristão, que hoje faz 64 anos, na
sua alentejana Vidigueira
O dia 13 de Julho de 1975, um domingo, foi marcado pelo «impedimento», pela FNLA, da saída de um MVL para Luanda. O que, aliás, se repetiria no dia 21 e motivou enorme desconforto entre a guarnição e «imposições feitas em reunião da FNLA com os comandos militares de Carmona». Sabia-se já o futuro próximo dos Cavaleiros do Norte: a rodagem para  Luanda, a partir de 3 de Agosto. Rodagem que implicaria (como implicou) que todo o Uíge ficasse sem militares portugueses. Assim estipulavam os acordos para a independência.
Os 1ºs. cabos Luciano Borges Gomes,
Ezequiel Maria Silvestre e Victor Vieira (Sacristão)
O dia foi também tempo de, em Carmona, se realizar um comício da FNLA, com o seu ELNA, no qual de proferiram afirmações que ainda mais fragilizaram a confiança, já de si bem ténue, dos comandos e das NT, generalizadamente, nos propósitos da FNLA - que desabridamente acusava a tropa portuguesa de apoiar o MPLA. 
Bem perto de nós, no Negage, a FNLA cercou o quartel das NT e pediu as armas da CCAÇ. 4741, sem que tal se concretizasse. FNLA que temeria e tentava evitar a, ao tempo, crescente ascensão territorial do MPLA. A imprensa do dia relatava que, e citamos o Diário de Lisboa, «essa possibilidade poderia colocar em risco algumas unidades portuguesas estacionadas no distrito do Uíge com efectivos bastante pequenos». Bem entendido: colocar em risco os Cavaleiros do Norte e as unidades que lhe estava adidas!
Clube do Quitexe, onde há 42 anos se realizaram
reuniões com autoridades tradicionais,
comerciantes e fazendeiros da zona
Em Salazar, não muito longe, o MPLA já bombardeara as posições da FNLA e os seus elementos tiveram de se «refugiar no quartel das forças portuguesas». A cidade registou «bombardeamentos durante largo período de várias zonas da cidade, a partir de bases do MPLA». O próprio quartel das NT, foi alvo de «três granadas de morteiro», sem que, porém e felizmente, «tivessem provocado vítimas». 
Um ano antes e no Quitexe, o comandante Almeida e Brito e oficiais do BCAV. 8423 reuniram com as autoridades tradicionais, no Clube do Quitexe, em mais uma acção de esclarecimento e mentalização para o Programa do MFA. Também, no mesmo dia e local, de seguida, com «os comerciantes e elevado número de fazendeiros». Era o tempo (ainda) de adaptação do Cavaleiros do Norte ao seu espaço e responsabilidade operacional, aproximando-se da comunidade civil e dos seus representantes, esclarecendo-os da nova realidade portuguesa e angolana. 

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