CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 18 de julho de 2016

3 461 - Fim da prevenção simples, picada de Zalala e Chipenda em Carmona!

Grupo de militares das Forças Militares Mistas, que deveriam ser (para 
isso se preparavam) o Exército Nacional de Angola. Numa Berliet, na 
parada do BC12, em Carmona, e a sair para mais um patrulhamento

O Novo e o Deus (que hoje faz 64 anos), ambos
da 3ª. CCAV. 84233, junto da avioneta que evacuou
feridos dos incidentes do Quitexe, em Junho de 1975 

O dia 18 de Julho de 1975 foi assinalado pelo fim da prevenção simples em Carmona, «decretada» a 12, para «aguentar a provável ressaca da FNLA, face aos seus desaires em Luanda, Salazar e Malange» e que, felizmente, não chegaram a Carmona e ao Uíge. Não chegaram, muito, é justo dizer, pela eficácia operacional e valentia e disponibilidade dos Cavaleiros do Norte.
 Daniel Chipenda (à esquerda) num comício
Os militares do BCAV. 8423, na verdade, entregaram-se à sua missão se entregaram de alma aberta e disponibilidade física total, com algumas noites de vigia permanente, 
nas ruas da cidade e nos itinerários considerados mais sensíveis.
A data coincidiu, em Carmona, com a presença de Daniel Chipenda - ao tempo, secretário-geral adjunto da FNLA e ali chegado no dia 10 - em Carmona e para «comandar os trabalhadores dos cafezais nas colheitas». Ver AQUI
A insegurança de um ano antes, levara muitos trabalhadores (principalmente bailundos) a fugirem para as suas terras de origem e receava-se que a colheita de 1975 não fosse além dos 40 a 50% das 220 toneladas produzidas em 1974. O mau tempo também não ajudara.
Daniel Chipenda presidiu na altura a um comício no campo do Recreativo do Uíge (que tantas «dores de cabeça nos deu..., por razões de segurança) e avistou-se com naturais do norte de Angola,  a quem prometeu «auxílio da FNLA, para o seu realojamento». Centenas de angolanos tinha sido «evacuados de Luanda para a região de Carmona, em aviões da Força Aérea Portuguesa»
Notícia do Diário de Lisboa de 18 de Julho
de 1975, sobre a presença de Daniel
Chipenda em Carmona
Em Luanda, cerca de 700 soldados da FNLA estavam refugiados no Forte de S. Julião da Barra, fugindo ao MPLA, com alguns prisioneiros mas sem fornecimentos alimentares
Um ano antes e sobre os incidentes de Luanda, reportava o Diário de Lisboa que «decresceu nas últimas 24 horas», continuando embora a ser assaltados e incendiados estabelecimentos comerciais e trocas de tiros esporádicos e igualmente a proibição de circulação automóvel entre a meia noite e as 5 horas da manhã. 
As Portas de Zalala, na picada do mesmo nome
Continuavam as dificuldades na elaboração dos processos contra os ex-PIDE/DGS e o Governador Geral Silvino Silvério Marques «ordenou a expulsão de Angola de elementos conhecidos pelas suas posições racistas e colonialistas».
A 18 de Julho de 1974, iniciaram-se os trabalhos de reparação da picada do Quitexe para a Fazenda Zalala - a «mais rude escola de guerra» -, onde se aquartelava a 1ª. CCAV. 8423 (do capitão miliciano Davide Castro Dias), e a 1ª. CART. do BCART. 6322/COTI 2 «passou também à dependência operacional» do BCAV. 8423, «continuando a trabalhar a área dos «quartéis» de Camabatela e Quiculungo». Há 42 anos!

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