CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 30 de julho de 2016

3 473 - Cavaleiros anunciam saída de Carmona e FNLA «ataca» Luanda

Carmona e a avenida Capitão Pereira, foto repetida de 26 de Julho. Ao fundo, vê-se a Igreja (Catedral) e, 
antes, o edifício azulado, era onde havia uma escola e um campo de futebol. Para a direita, a estrada para 
o BC12 e o Songoe os edifícios do Liceu (os mais altos). À esquerda e de baixo para cima, na foto, a Assembleia 
Provincial (cúpula redonda), Grande Hotel do Uíge (com a piscina) e o Prédio Imbondeiro, o  edifício mais alto

O edifício da Zona Militar Norte (ZMN) e do Comando
do Sector do Uíge (CSU), onde há 41 anos reuniu o Estado
Maior Unificado de Carmona e a FNLA ficou a saber,
oficialmente, da saída dos Cavaleiro do Norte

O Estado Maior Unificado (EMU) do Uíge, em Carmona, reuniu a 30 de Julho de 1975, sendo tempo e oportunidade para comunicar à FNLA a saída do BCAV. 8423 - que estava programada para 3 e 4 de Agosto. O EMU fora criado no mês de Junho e incluía representantes do Comando Territorial de Carmona e do Batalhão de Cavalaria 8423, para além de oficiais da 1ª. Companhia das Forças Militares Mistas.
Furriel Rodrigues, da 1ª. CCAV. 8423, a de
Zalala, nas traseiras da ZMN/CSU, onde a
companhia esteve aquartelada de 12 de
Junho a 4 de Setembro de 1975 
O dia era de quarta-feira e de Luanda chegavam notícias da continuada resistência dos 600 homens da FNLA, acantonados na Fortaleza de S. Pedro Barra e «ao redor da qual colocaram minas para evitar o avanço das FAPLA». No Caxito, «a situação mantém-se(tinha-se) estacionária, embora a coluna da FNLA continue com a intenção anunciada de avançar sobre Luanda». A Luanda para onde dentro de 4 dias iam  partir os Cavaleiros do Norte.
Holden Roberto, a partir do Ambriz, fez anunciar que «o assalto contra a capital angolana deverá começar dentro de dias». A FNLA teria 8000 homens estacionados no Caxito, com muito material pesado de guerra - incluindo blindados. A ideia, segundo o Diário de Lisboa, seria utilizar o método chinês, aplicado no Vietname e Coreia: aplicação prévia de morteiros pesados, para «amolecer» a zona atacada e, depois, destruições ao longo da estrada para Luanda. Quifangondo e Cacuaco seriam importantes posições nessa operação - a que naturalmente se oporiam o MPLA e o seu poder popular armado.
Malange era outro palco da guerra MPLA/FNLA e onde, segundo o Diário de Lisboa, «6000 pessoas refugiaram-se mo quartel da Forças Armadas Portuguesas».
A notícia mais relevante do dia era a da apresentação ao MPLA de dois sargentos e 15 soldados da FNLA, em Novo Redondo e «após graves recontros» entre os dois movimentos. E admitiam-se (sem certezas) mais combates no distrito do Cuanza Sul, por exemplo no Lobito.
Holden Roberto, a partir do Ambriz, fez anunciar que «o assalto contra a capital angolana deverá começar dentro de dias»
Notícia do Diário de Lisboa de 30 de Julho de 1975
A FNLA teria 8000 homens estacionados no Caxito e, há precisamente 41 anos, fazia «o reagrupamento e instalação de dispositivos de ataque que deveriam, segundo o seu Estado Maior, «levá-los a Luanda». Isto numa altura em que (a FNLA) se batia longe das suas bases de apoio e, por isso mesmo, tinha, ainda segundo o Diário de Lisboa, «problemas de abastecimento das suas tropas, em munições e carburante (para os blindados) e alimentos».

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