Marcelo Caetano nas «Conversas em Família» e o crachá dos Cavaleiros do Norte
A 28 de Março de 1974, chegados a Santa Margarida e no fim do gozo das chamadas Licenças das Normas - os 10 dias que era concedidos aos mobilizados para alguma frente de combate colonial -, os futuros Cavaleiros do Norte por lá ficaram de um dia para o outro e foram mandados para casa.
«Acabou por ser aumentada - a licença - de tal modo que só em 22 de Abril se voltou a reencontrar todo o pessoal Batalhão, para dar efectivação à instrução operacional», lê-se no Livro da Unidade. Mas não para todos. O pessoal administrativo gozou esses dias aos bocados e os quadros operacionais tiveram de garantir alguns serviços no Destacamento do RC4.
O BCAV. 8423 formava-se!
Por esse tempo, Marcelo Caetano foi à televisão (ao programa «Conversas em família») dizer, preto no branco, que «tem a Nação recusado abandonar as terras de além-mar, onde grandes comunidades vivem e progridem como núcleos integrantes da Pátria Portuguesa».
«Enquanto, na linha de combate, os soldados generosamente se batem de arma na mão, temos todos nós de defender a retaguarda, para que não sejam, por nossa culpa, derrotados pelas costas», dizia Marcelo Caetano, «para que consigamos o tempo suficiente para, entretanto, procurar as fórmulas justas e possíveis para a evolução das províncias ultramarinas, de acordo com os progressos façam e as circunstâncias do mundo». Com uma só condição: «a de que a África Portuguesa continue a ter a alma portuguesa e que nela prossiga a vida e obra de quantos se honra e orgulham de portugueses ser».
Como se sabe, não viria a ser bem assim.
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