CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

1 710 - O capitão miliciano da vistosa camisa vermelha...

 Aquartelamento de Zalala «a mais rude escola de guerra». Castro Dias, a 1 de Junho de 2013, à esquerda, com outros «zalala´s»: o Famalicão, o Mota Viana, o Queirós e o Rodrigues. De barba, à direita, o Afonso Henriques, sapador da CCS


A 23 e 24 de Junho de 1974, o comandante Almeida e Brito visitou a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala! Ao tempo, e o testemunho é do (então) capitão Castro Dias, e bem recente (de 13 de Abril deste ano), as relações com os civis europeus (gerentes) da fazenda não eram as melhores, por razões que vinham de trás.
Os contactos de Almeida e Brito (denominados de «operacionais», na História da Unidade) visariam, pois, estreitar afinidades.  
«O anterior comandante de Zalala, não ia à bola com o gerente da fazenda, que era genro do dono, nem se falavam...», contou-nos Castro Dias. Que ficou encarregado, por Almeida e Brito, de quebrar tal gelo. E assim fez.
Uns domingos depois, com as relações normalizadas, entendeu Castro Dias deslocar-se ao Quitexe, para "prestar contas"
«Fui com o genro do gerente, na avioneta dele, e aterrámos na pista, onde nos foram buscar. Apresentei-me ao comandante, com o gerente, fazendo prova da normalização institucional, bebemos e conversámos, mas, depois, chamado ao lado, não me livrei de uma chamada da atenção do comandante», narrou-nos o líder militar de Zalala.
E porquê? «Ó Castro Dias, você é militar, é sempre militar...», recordou-lhe Almeida e Brito.
Castro Dias, em domingo social e feliz por ter resolvido o «diferendo», aparecera no Quitexe vestido à civil, com uma vistosa camisa vermelha, bem domingueira, berrante e bem distante do sóbrio colorido do camuflado. E calças a condizer!
«Você nunca deixa de ser militar...», "admoestou" o comandante - que era pouco dado, muito pouco dado, a desvios das obrigações do RDM.
A insólita situação, 39 anos depois, foi (é) recordada com largos sorrisos. De ironia, prazerosos e até de saudade. Eram outros, os tempos!
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