Capitão David Castro Dias, comandante da 1ª. CCAV. 8423 (à direita), aqui com o alferes João Machado, da 2ª. CCAV. 8423. Ambos milicianos dos Cavaleiros do Norte |
A 5 de Janeiro de 1975, o comandante Almeida e Brito deslocou-se do Quitexe a Vista Alegre, onde se aquartelava a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e lá se reuniu com o capitão miliciano Davide Castro Dias e os seus oficiais.
O objectivo era o de sempre, «estabelecimento de contactos operacionais», e o então tenente-coronel que comandava os Cavaleiros do Norte fez-se acompanhar do seu oficial adjunto - o capitão José Paulo Falcão - e a escolta foi assegurada pelo PELREC, com os furriéis milicianos Neto e Viegas.
Furriéis milicianos Neto e Viegas, com o PELREC, escoltaram o comandante Almeida e Brito na deslocação à 1ª. CCAV. 8423, em Vista Alegre e há precisamente 41 anos |
Cimeira de Mombaça
com... acordos!!!
O dia era de domingo e, em Mombaça, no Quénia, continuavam as negociações entre MPLA, FNLA e UNITA - a prepararem a cimeira do Algarve (que seria no Hotel Penina, no Alvor) com o Governo de Portugal - no dia 10. Numa coisa era seguro que os três movimentos acertavam posições: a integridade do território angolano. E, por isso, estava fora de hipótese que o Enclave de Cabinda não fosse parte de Angola. Era (é), diziam Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi. Em uníssono.
Novidade do dia, e das boas!!!..., era o acordo entre o MPLA e a FNLA, que decidiram, segundo o Diário de Lisboa, «pôr termo a todas as actividades que possam impedir uma aberta e sincera colaboração das duas organizações».
O acordo foi assinado pelos presidentes Agostinho Neto (do MPLA) e Holden Roberto (da FNLA) e igualmente «previa a defesa dos interesses do povo angolano, esforços no sentido de fazer desaparecer todos os vestígios do colonialismo e a cooperação dentro da esfera de acção de órgãos comuns para resolver os problemas dos angolanos».
O acordo previa também que «os signatários comprometem-se a não intervir nas questões internas da outra parte e a opor-se, por todos os meios, às manobras das forças reaccionárias que procura manter as relações injustas herdadas do colonialismo, de maneira a combater todas as tentativas de desunião nacional».
Os furriéis milicianos Luís Ribeiro Capitão (que fale. ceu há 6 anos, doa 5 de Janeiro de 2010, em Vila Nova de Ourém) e João Cardoso, ambos da 3ª. CCAV. 8423 |
A morte do furriel
Luís Capitão
O furriel miliciano Capitão faleceu a 5 de Janeiro de 2010, vítima de doença e depois de uma vida de trabalho, como maquinista da CP.
Luís Ribeiro Capitão foi um garboso Cavaleiro do Norte, atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423. A curiosidade honomástica do apelido (Capitão) e o seu posto (furriel) prestavam-se a vários trocadilhos e brincadeiras, a que sempre reagia com bonomia e boa disposição.
Foi um bom companheiro, desde a formação do Batalhão em Santa Margarida (no RC4) até e durante a nossa jornada africana do Uíge angolano.
A Ordem de Serviço nº. 164 regista um louvor, que lhe sublinha «o alto espírito de querer e inabalável vontade de cumprir», para além de ser de «bom trato social, altamente disciplinado e exigente disciplinador» e que se «mostrou sempre como exemplo de camaradas e subordinados».
O louvor destaca também o tempo em que colaborou na secretaria da 3ª. CCAV. 8423, função em que «confirmou em pleno toda a confiança já nele depositada, sendo incansável no trabalho, mesmo nas situações mais delicadas e difíceis que a companhia viveu». Salienta igualmente o facto de «sempre se oferecer, voluntariamente, para qualquer missão, por mais espinhosa que esta se apresentasse, merecendo, por tal, ver reconhecida a sua actuação»
O furriel miliciano capitão faleceu há precisamente 6 anos, a 5 de Janeiro de 2010, em vésperas (dia 9) de fazer 58 anos. Aqui o recordamos, com saudade e em memória de um homem bom e um excelente companheiro de armas. RIP!!
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