CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 8 de janeiro de 2017

3 635 - Apresentação formal do BCAV. 8423, a Cimeira no Alvor...

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 com um grupo de trabalhadores
 da Fazenda de Zalala: O Agra (Famalicão, do lado esquerdo) dividindo a
 viola com o Vargas, que hoje faz 65 anos. nos Açores. Quem será o ter-
ceiro, o da direita? É um dos cozinheiros de Zalala?

Idalmiro Vargas em Vista Alegre. Atrás, o
Joaquim Silva (Ciclista) e Manuel Almei-
da (Mira Daire). Três condutores de Zalala
 
O dia 8 de Janeiro de 1974, uma terça-feira, foi tempo dos primeiros «contactos formais propriamente ditos» do Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423), depois da «informal apresentação da véspera», no Destacamento do RC4), em Santa Margarida.
«A reunião de trabalho» deste dia, recorda o Livro da Unidade, realizou-se às 9 horas e «teve presentes os quadros do BCAV., tendo sido precedida de uma palestra a todo o pessoal, na qual foram expressos os princípios e hábitos de vida que teriam de nortear a vida do BCAV. durante o tempo em que, como unidade consti-
tuída, vivesse no RC4 e na RMA» - RMA, ou seja, a Região Militar de Angola.
Crachá do BCAV. 8423
foi desenhado pelo
alferes miliciano
Mário Simões
Alferes M. Simões, na actua-
lidade. Foi autor do crachá,
 «a partir de uma ideia do
 comandante»
Objectivo nuclear do comando e oficiais dos futuros Cavaleiro do Norte (e, dizemos nós, certamente dos serviços de acção psicológica do Exército, pela experiência capitalizada em 13 anos de guerra) era «desde o início instituir espírito de corpo ao BCAV., de modo a que se constituísse num todo coeso, disciplinado e disciplinador». A isso não foi indiferente, por exemplo, a necessi-
dade de «idealizar o futuro emblema braçal da Unidade, ao mesmo tempo que se desejou a sua plena identificação com a sua unidade mobilizadora».
Vale a pena recordar que coube ao alferes Mário José Barros Simões, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, o «desenho» do crachá e emblema do Batalhão. «A partir de um ideia do comandante Almeida e Brito», explicou o então oficial miliciano.
Notícia do Diário de Lisboa de 8 de Janeiro
 de 1975 sobre a Cimeira do Alvor

Cimeira no Hotel
Penina do Alvor

Um ano depois, precisamente, os Cavaleiros do Norte jornadeavam pelo Uíge angolano e foi  anunciado o Alvor, no Algarve, como o local da Cimeira de Portugal com os 3 movimentos de libertação - MPLA, FNLA e UNITA. «Os hóspe-
des do Hotel Penina já começaram a ser trans-
feridos para o Hotel do Algarve, na Praia da Rocha», noticiava o Diário de Lisboa na sua edição de faz hoje 43 anos.
As delegações seriam formadas, cada qual, por 7 elementos «assistidos por juristas e técnicos», A de Portugal seria presidida pelo ministro Melo Antunes (sem pasta) e incluiria, já era certo, dois então representantes do Estado Português em Angola: o Alto-Comissário Rosa Coutinho (almirante) e o tenente-coronel Gonçalves Ribeira (Secretário de Estado da Administração Interna).
Os presidentes Agostinho Neto (do MPLA), Jonas Savimbi (da UNITA) e Holden Roberto (da FNLA) eram esperados no dia seguinte - 9 de Janeiro de 1975 - no aeroporto de Faro. Holden Roberto viajava de Libreville (via Túnis) e, referia o Diário de Lisboa, «ao que se julga no aviação pessoal do presidente Mobutu Sese Seko» do Zaire. Jonas Savimbi também estava em Libreville e admitia-se que viajasse no mesmo avião. 
O Diário de Lisboa, que citamos, não fala de Agostinho Neto, mas provavelmente viria o avião que, na tarde de 8 de Janeiro de 1975, voou de Luanda para Lisboa, com dirigentes do MPLA e da UNITA e que faria escala em Lusaka, para levar outros dirigentes angolanos. Refere o Diário de Lisboa que três dirigentes do MPLA já estavam em Lisboa: Lúcio Lara, Lopo do Nascimento e Paulo Jorge.
Manuel Idalmiro Vargas,
condutor de Zalala, há 41 anos

Vargas de Zalala
festejou 23 anos!

O dia 8 de Janeiro de 1975 foi tempo, pela terra uíjana de Vista Alegre, de o açoriano Vargas festejar 23 anos. «Um português dos Açores», como ele mesmo se identifica, orgulhoso do chão que lhe deu berço e vida.
Manuel Idalmiro Vargas foi soldado condutor da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Concluída a comissão angolana e certamente roído de saudades da terra, da família e dos amigos, regressou à sua bela ilha do Pico e por lá tem feito e ganho a vida, como empresário ligado ao sector dos combustíveis.
Participante regular dos encontros anuais dos «zalala´s», é lá (na açoriana ilha do Pico) que hoje festeja os seus felizes 65 anos e para onde mandamos o nosso abraço de pa-ra-bééééns!!!
- «Vargas, o açoriano e 
condutor». Ver AQUI

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