Os presidentes Agostinho Neto (MPLA), Holden Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi (UNITA) |
O 13 de Janeiro de 1975 foi uma segunda-feira e também dia de a imprensa falar da iminência de ser anunciado o acordo Alvor. O que criou grandes expectativas pelas terras dos cavaleiro do Norte. «Fonte segura indicou-nos que amanhã poderá chegar-se a acordo final», noticiava o Diário de Lisboa, na primeira página.
O Diário de Lisboa de 13 de Janeiro de 1975 |
Alguns dirigentes, de resto, falavam em «mais dois ou três dias para o termos das negociações». Simultâneamente e de acordo com o Diário de Lisboa de 13 de Janeiro de 1975 (imagem ao lado), «a comissão de redacção, composta por dois elementos de cada delegação, prosseguiu a elaboração do projecto de protocolo final».
O Diário de Lisboa falava da «necessidade de um Governo Provisório equilibrado e susceptível de preparar o terreno para um independência pacífica e total».
Angola e o Uíge, no verde mais claro |
Independência a
11 de Novembro
O Presidente Costa Gomes garantia que «a independência ocorrerá este ano», tendo mesmo sido indicada uma data segura, embora sem confirmação oficial: 11 de Novembro de 1975.
Os dois dias anteriores - sábado e domingo, 11 e 1 de Janeiro - «foram dias inesgotáveis» de informações para os jornalistas. O ministro Almeida Santos, por exemplo, destacou «três ou quatro pontos quentes, nomeadamente os problemas da constituição do Governo Provisório e a organização das Forças Armadas dos três movimentos, em relação com as portuguesas e o respectivo comando».
Outro ponto quente era o tempo de permanência das Forças Armadas Portuguesas em território angolano. Defendiam os movimentos que tal acontecesse 4 meses antes da data da independência, mas a delegação portuguesa defendia que fosse até esse dia. E assim foi.
Outro ponto menos pacífico era o da «constituição e chefia do futuro Governo». Os movimentos pretendiam 5 pastas ministeriais para cada um deles e duas para Portugal. A delegação portuguesa defendia 4 ministérios para cada parte: Portugal, MPLA, FNLA e UNITA.
Marques, o Carpinteiro
O 1º. cabo Marques popularizou-se pelo Quitexe com alcunha que era a sua especialidade: Carpinteiro. Era homem de 7 ofícios e muita graça, sempre pronto para uma boa piada entre os Cavaleiros do Norte. A 15 de Janeiro de 1975 festejou 23 anos na saudosa terra do Quitexe.
O 1º. cabo Carpin- teiro, em 1975 (em cima) e 2011 (baixo) |
A 1 de Novembro de 2011, participou nas cerimónias litúrgicas do dia, passou pelo café e, sempre com a mulher, dirigiu-se a casa, para o almoço. Ao abrir a porta, subitamente, caiu inanimado e faleceu. Hoje, aqui o evocamos com saudade, pela altura em que iria festejar 65 anos. RIP!
Sem comentários:
Enviar um comentário