O trio de bombeiros que acudiu ao incêndio do Quitexe, há 42 anos. Um deles, de gravata. |
Há 42 anos, dia 17 de Janeiro de 1975, o princípio da noite do Quitexe foi «acordado» por um alarme de incêndio, que deflagrou na arrecadação de material de guerra.
O edifício, na face da estrada do café (que ligava Luanda a Carmona), incluía os quartos dos oficiais milicianos e o alarme rapidamente chamou a guarnição a combater as chamas. Solidária e corajosamente!
O medo maior tinha ver com o facto de por lá estar muito material de guerra, em depósto e susceptível de estourar e provocar sabe-se lá o quê, pelo rebentamento: destruição do edifício e limítrofes, mortes porventura!
As labaredas do incêndio do Quitexe eram bem visíveis. Temeu-se o rebentamento do material de guerra, o que poderia ser uma... tragédia |
A memória reporta a chegada do carro dos Bombeiros, que não passava de uma pequena viatura com três homens (um deles até de gravata) e uma pequena bomba manual, que não dava para nada e suscitou, até, fartas risadas entre a guarnição. De pouco valeu, aliás, no combate às chamas, não fosse a intervenção imediata dos militares.
Temeu-se, na verdade - e com boas (más) razões para isso... - foi o rebentamento do material de guerra ali depositado, que era muito e naturalmente perigoso, que poderia resultar em tragédia. Felizmente, foi retirado em tempo - por obra de militares voluntários, cujo nome, lamentavelmente não sabemos mas aqui gostaríamos de sublinhar.
Cimeira com acordo
entre as 4 partes
A Cimeira do Alvor terminara e fora assinada entre as 4 partes: Portugal, MPLA, FNLA e UNITA.
O Diário de Luanda publicou uma edição especial e o A Província de Angola, na pena do jornalista Luís Rodrigues, interrogava-se sobre «o que dizer aos portugueses brancos residentes em Angola». Perguntava e respondia: «Pois bem, que olhem para as qualidades intrínsecas de bondade, de gentileza natural, de compreensão pela vida familiar dos seus irmãos africanos». Quisesse isto dizer o que quisesse o A Província de Angola e o seu jornalista.
Agostinho Neto, depois da Cimeira do Alvor, viajou para o Porto num avião da Força Aérea Portuguesa, acompanhado de Paulo Jorge (dirigente do MPLA) para lá se encontrar com estudantes angolanos. E fez o mesmo em Coimbra.
Jonas Savimbi comentava o acordo, com satisfação, sublinhando que reflectia «o espírito de fraternidade que presidiu aos trabalhos e a defesa dos interesses do nosso povo»
Alfredo Coelho, o 1º. cabo Buraquinho, e a sua namorada de Angola, sua mulher até hoje! |
Coelho, o Buraquinho,
23 anos no Quitexe
O dia, no Quitexe, foi data comemorativa dos 23 anos do 1º. cabo Alfredo Coelho, por lá e para toda a vida imortalizado como Buraquinho.
Alfredo Rodrigo Ferreira Coelho, de nome completo, era especialista de análise e depuração de águas, prestava serviço na enfermaria da CCS e era famoso pelas suas «boutades» e, ao tempo, também porque «falseou» a corrida de S. Silvestre, fazendo parte dela dentro da ambulância e cortando a meta em 1º. lugar - brincadeira que ainda agora ele mesmo recorda com gosto e piada.
Regressou a Portugal e à sua Custóias com a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, a 11 de Setembro de 1975 - fazendo-se acompanhar da namorada, sua mulher até aos dias de hoje. Apaixonado e casado.
Festeja 65 anos em Custóias, onde foi empresário de restauração, agora já reformado. Para lá vai o nosso abraço de parabéns!
Sem comentários:
Enviar um comentário