CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

3 651 - Os Cavaleiros do Norte e o Governo de Transição de Angola

Furriéis milicianos da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: António
 Rebelo (TRMS), Amorim Martins (atirador de Cavalaria), Abel Mourato
 (vagomestre, que hoje faz 65 anos!) e Mário Matos (atirador de Cavalaria)

Cavaleiros do Norte de Zalala: NN, Campos, alferes
 Santos, furriel Nascimento e Casimiro Martins (que
 hoje faz 65 anos). Em baixo, NN e Ruizinho


Os tempos de finais de Janeiro de 1975 eram de muita expectativa sobre o futuro próximo de Angola e, entre as várias guarnições dos Cavaleiros do Norte, do Batalhão de Cavalaria 8423, murmurava-se e especulava-se sobre quem iria fazer parte do Governo de Transição - que era um dos grandes objectivos decorrentes do Acordo do Alvor e do processo de independência de Angola. O maior!
Furriéis milicianos António Carlos Letras e Abel
Ribeiro Mourato, que hoje faz 65 anos!
As poucas informações que por essa altura chegavam à vila do Quitexe (sede do BCAV. 8423 e onde se aquartelavam a CCS e a 3ª. CCAV. 8423), a Aldeia Viçosa (localidade da 2ª. CCAV.) e a Vista Alegre e Ponte do Dange (1ª. CCAV., a que fora de Zalala) eram as veiculadas pela imprensa - fosse escrita, fosse falada (através da rádio, pois ainda por lá ainda não havia televisão...) e quase nada, ou nada mesmo adiantavam. 

Silêncios dos movimentos
e êxodo dos colonos

A falar verdade e com rigor, confundiam, até, o mais prevenido e interessado ou politicamente esclarecido cidadão - fosse ele angolano ou fosse português, de qualquer cor ou credo religioso e/ou político, fosse civil ou militar, mais ou menos intelectual, ou social ou culturalmente evoluído.
«A vida política angolana centra-se, neste momento, nas tentativas de adivinhação no que respeita à futura constituição do Governo de Transição», lia-se no vespertino Diário de Lisboa desse dia.
A 24 de Janeiro desse ano, uma sexta-feira,  da parte do MPLA «nada de oficial ou com carácter de segurança transpirou». Vaal Neto, da FNLA, dava conta que os membros dos seu movimento «ainda não foram designados». Da UNITA, referia a imprensa do dia, «também nada se sabe». 
Por falar em imprensa e órgãos de comunicação, o MPLA era alvo de «acusações veladas», que apontavam no sentido de que «manipularia alguns desses órgãos». Mas, referia o Diário de Lisboa, «a verdade é que pelo menos três desses órgãos de informação fazem essa acusação, o que demonstra a sua oposição ao MPLA»
Ao tempo, esse tipo de acusações era muito normal - de movimentos para movimentos. Nota do dia era também para «o êxodo dos colonos», que, referia a imprensa, «continua, embora a um ritmo menos acelerado». E para «a falta de cerveja e de refrigerantes e uma contínua alta de preços».
Casimiro (que hoje faz 65 anos) e Maia (Padeiro), dois
Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala
 

Mourato e Casimiro,
23 anos em Angola
  
O dia 24 de Janeiro de 1975, no uíje angolano, foi data de festa, pelos 23 anos de dois Cavaleiros do Norte: o furriel miliciano Mourato e o soldado Casimiro. Ambos hoje fazem 65!!!
Abel Maria Ribeiro Mourato foi vagomestre da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Regressou a Portugal e a Portalegre (a cidade de nascimento e residência, ao tempo) no dia 10 de Setembro de 1975 e fez carreira profissional na função pública - nas Finanças. Aposentado, mora em Vila Viçosa.
Casimiro da Silva Martins foi soldado atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e por lá foi também responsável pelo depósito de géneros. A 9 de Setembro de 1975, voltou à sua natal terra de Sobradelo da Goma, na Póvoa do Lanhoso, e aqui vive, agora já aposentado.
Parabéns para ambos, pelos 65 anos que hoje festejam!

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