CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 4 de maio de 2018

4 115 - (Não) combate na Ponte do Dange, 500 mortos em Luanda!

O BC12, à saída de Carmona (agora cidade do Uíge), na estrada para o Son-
 go, é agora o Quartel General da Região Militar Norte das Forças Armadas
 de Angola. A foto é do 1º. cabo Carlos Alberto Ferreira, que foi Cavaleiro do
 do Norte de Zalala, de Dezembro de 2012

Alferes Carvalho e furriéis Brejo, Guedes e Matos,
todos milicianos da 2ª. CCAV. 8423, de Aldeia Viçosa
As notícias de Luanda que, a 4 de Maio de 1975, um domingo de há 43 anos, chegavam a Carmona, eram boas: a gra-vidade da situação tendia a melhorar. Piores eram, porém, os números da tra-
gédia já conhecidos: «Julga-se que o número total das vítimas dos últimos acontecimentos deve elevar-se a cerca de um milhar», noticiava o Diário de Lisboa.
O médico legista do Hospital Central con-firmava que «tinham entrado na morgue 500 cadáveres». E nem se calculava o nú-
O furriel Viegas a ler o jornal Expresso, no
varandim da Casa dos Furriéis do Quitexe
mero de feridos e muitos menos aqueles que, vencidos pelo medo, fugiam dos bairros subur-
banos (os mussseques), protegendo-se o fogo das balas, dos morteiros e dos obuses, das gra-nadas que incendiavam os céus de Luanda e regavam o chão de muito sangue inocente. E encharcava de morte os corpos de inocentes, velhos, mulheres e crianças.
A esse tempo, a pequena e cansada guarnição dos Cavaleiros do Norte mantinha firme a sua obrigação de garantir o tráfego nos itinerários principais - de e para o Songo, para o Negage e o Quitexe e daqui, pela Estrada do Café fora, até Úcua, outros daqui até Luanda. 
Os patrulhamentos eram muito exigentes, mas de corpo inteiro assumidos pela guarnição, particularmente os operacionais, que se entregavam à tarefa com determinação e coragem, sem cuidar de sacri-
fícios e dores físicas, extenuados e mal-considerados pela comunidade civil.
Destes dias de Maio de 1975 chegaram notícias publicadas em Portugal, desin-
formando o jornal Expresso sobre confrontos entre forças do MPLA e da FNLA na Ponte do Dange - que a teriam destruído.
Não era verdade! Tínhamos estado lá na véspera, no ir-para-lá-e-para-cá dos patrulhamentos a Úcua, e nada se passara. A desinformação era clara. 
Alberto Marques,
1º. cabo op.-cripto

Marques da 2ª. CCAV., 66
anos em Vila  Nova de Gaia!

O 1º. cabo Marques, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 66 anos a 5 de Maio de 2018.
Alberto Joaquim de Oliveira Marques, de seu nome completo, foi operador-cripto dos Cavaleiros do Norte comandados pelo capi-
tão miliciano José Manuel Cruz e é natural e ao tempo residia na Rua Filaho de Almeida, em Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia. Lá re-
gressou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão de serviço em terras angolanas. Vive agora na Rua Professor Urbano de Moura, também na cidade gaiense, e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

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