CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 9 de maio de 2018

4 120 - Clima de tensão e intimidação, há 43 anos, no Norte de Angola

Cavaleiros do Norte de Santa Isabel com civis e combatentes da FNLA, aqui já no
Quitexe. Reconhecem-se o 1º. sargento Francisco Marchã (o quinto, de pé e de
camisola de cavas), furriel miliciano Agostinho Belo (6º.) e o 1º. cabo Simões
(o primeiro, à direita e de pé).  Quem conhece os restantes militares?
O 1º. cabo Victor Cunha (enfermeiro) e o furriel miliciano
 Mota Pinto (atirador de Cavalaria), ambos Cavaleiros do
 Norte da 1ª. CCAV. 8423., a de Zalala


Os dias de Carmona, há 43 anos, nas-
ciam cada vez mais tensos e, apesar dos constantes patrulhamentos na cidade e itinerários principais, respiravam-se ca-
da vez mais dúvidas e levedavam-se muitas ansiedades e medos, nomeada-
mente de parte da comunidade civil.
A missão dos Cavaleiros do Norte era cada vez mais delicada - todos tínhamos essa noção!... - e agravada pela crescen-
te animosidade e desconfiança entre di-
gentes, militantes e combatentes/milita-
O Diário de Lisboa de 8 de Maio de 1975
res dos movimentos de libertação - principal-
mente entre forças do MPLA e da FNLA, este, o movimento mais implantado em terras do Uíge.
O MPLA, em comunicado de 8 de Maio de 1975, deu conta do «clima de intimidação que se vive no  norte de Angola» e falou de «centenas de civis barbaramente assassinados, feridos e mutilados» nos ataques dos dias 2 e 3 desse mês, às suas delegações e aquartelamentos de Sanza Pombo, Ambrizete e S. Salvador, por forças da FNLA.
Sanza Pombo não era muito longe de Carmona, apenas uns 260/270 quilóme-
tros, o que, em termos de África, é «ir-ali-e-vir». Muito perto! Por outras pala-
vras: era cada vez mais iminente qualquer tipo de confrontação entre os dois movimentos, que fosse para além das escaramuças que, entre MPLA e FNLA, cada vez mais periclitavam a segurança de Carmona.
A última guarnição militar portuguesa ali estacionada fôra a 1ª. CCAÇ. 4911, do BCAÇ. 4911, que a 17 de Março anterior (de 1975) passara «a depender opera-
cionalmente do BCAV. 8423»
A 1ª. CCAÇ. 4911 foi a unidade para a qual foi transferido o furriel miliciano Fernando Manuel Mota Viana, atirador de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala), em Outubro de 1974. Actualmente, trabalha na área gráfica, desenho e orçamentação e reside na sua Braga natal (Gualtar).
Furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a de
Santa Isabel: José Querido, Victor Guedes,
António Fernandes, Agostinho Belo (de
óculos) e Ângelo Rabiço

Rabiço, enfermeiro.
promovido a furriel!

O enfermeiro Ângelo Tuna Rabiço foi promovido a furriel miliciano no dia 10 de Maio de 1974, de acordo com a Ordem de Serviço nº. 109, desse dia e do Regimento de Cavalaria 4 (RC4), em Santa Margarida.
A antiguidade foi contada a 1 de Maio desse ano e o Rabiço integrava a 3ª. CCAV. 8423, que se iria aquartelar na Fazenda Santa Isabel, no norte uíjano de Angola. Regressou a Portugal (e a Lordelo, em Vila Real) no dia 11 de Setembro de 1975. Já era professor do ensino básico (pri-
mário) e professor continuou, agora já aposentado e radicado em Guimarães.

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