A estrada do café, no Quitexe, em 2006, com o restaurante
Rocha, à direita. Foto de Jorge Oliveira. Em baixo, Bratislava, capital da Eslováquia, em 2013
Ei, Cavaleiros do Norte: escrevo de Bratislava, do hotel onde repouso o corpo, por uma horinha e antes da saída para o CSarda, restaurante onde saciarei a fome nascida do farto passeio pela zona histórica, visita ao Presporacike, almoço no Ufo, passagem pelo castelo e audição de congressistas. Estou curioso, pois está prometida ementa «surpresa» e animação para depois.
Olho a cidade, do alto deste andar que me faz chegar mais prócimo do céu escuro da noite, e espreito o Danúbio e o ar nocturno de uma urbe com história de séculos. Comparo Brastislava ao Quitexe.
Não há, obviamente, qualquer comparação.
O Quitexe, a angolana vila-mártir de 61, tinha duas ruas principais, mais meia dúzia delas que se interligavam. Cabia (cabe) num cantinho desta capital da Eslováquia, que nem é muito grande mas tem história de séculos - na fronteira com a Hungria e a Áustria, a pouco mais de 60 quilómetros de Viena, de onde cheguei ontem.
Não chega a ter meio milhão de habitantes e tenho-me sentido em casa: ouço falar Português por quase todo o lado! Um contacto telefónico, assegurou-me que lá por casa vai tudo bem. Vou, então, para o CSarda!
Vou, mas não sem lembrar que, há 39 anos, pela área de intervenção dos Cavaleiros do Norte, continuava o êxodo dos trabalhadores do sul (os contratados para a apanha do café). Portugal, a partir de Lisboa, pedia à ONU para alargar a assistência a Angola (e Moçambique), no delicado processo de descolonização, e uma delegação da FNLA preparava-se para ser recebida em Luanda, pelas autoridades militares portuguesas!
Desculpem lá, tendo de ir!!!
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