Holden Roberto (FNLA), Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA), os líderes
dos movimentos angolanos (em cima). Notícia sobre o Governo de Transição de Angola (em baixo)
A fechar o mês de Agosto de 1974, vale a pena lembrar que chegou aos Cavaleiros do Norte o furriel miliciano atirador José Carlos Évora Soares, direitinho para a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. De Aldeia Viçosa, porém, desertaram 5 elementos dos grupos de mesclagem, todos da 2ª. CCAV. 8423. Pertenciam ao RI20, de Luanda.
E o processo de descolonização, como é que ia? Agostinho Neto, a 31 de Outubro desse 1974 e em Dar-es-Salaan, anunciou a disponibilidade do MPLA para, já em Novembro, formar o Governo de Transição, com a FNLA. «Uma frente unida» que não incluía a UNITA, liderada por Jonas Savimbi e que não era reconhecida pela OUA e pelos dois movimentos.
O Daily News, órgão oficial do Governo da Tanzânia, nesse mesmo dia 31 de Outubro, publicava um ataque a Daniel Chipenda. Chipenda que, em Kinshasa, dissera dias antes, em conferência de imprensa, que o MPLA de Agostinho Neto não tinha autoridade para concluir um acordo de cessar-fogo com os portugueses. Que «só tinha autoridade para se representar a si próprio».
O Daily News, sobre Chipenda, escrevia que «não passa de um homem traiçoeiro e ambicioso, que procura impedir a maré de libertação que está a subir cada vez mais em Angola». «Já deveria há muito ter sido expulso do MPLA, se não fossem as raras qualidades de moderação do dr. Neto», escrevia o jornal.
O dia 8 de Novembro foi apontado por Agostinho Neto como o da instalação, em Luanda, de um escritório do MPLA.
- OUA. Organização de Unidade Africana.