«A matança prossegue em Carmona, à hora em que escrevemos. Ninguém dispõe de números de mortos, de feridos, presos e desaparecidos, mas as vítimas serão já muitas dezenas.
As ruas estão cheias de cadáveres, segundo os telefonemas recebidos em Luanda, onde um alto responsável do MPLA considerava a situação como extremamente grave», relatava o Diário de Lisboa de 4 de Junho de 1975. Há precisamente 40 anos!!! Os Cavaleiros do Norte eram «actores» desses momentos trágicos, assegurando apoio à comunidade civil - que acolheu no BC12.
A fraticida guerra entre os dois movimentos estava no seu momento mais trágico, em terras do Uíge.
Parada do BC 12 nos primeiros dias de Junho de 1975. Um helicóptero e refugiados à espera de evacuação para Luanda |
«Os comandos da FNLA - prosseguia a reportagem do DL - invadiram e destruíram as casas de dezenas de militantes do MPLA, matando muitos deles e espancando e raptando outros. Os que escaparam aos primeiros movimentos da operação refugiaram-se no hospital, no paço Episcopal e no aquartelamento português. A Força Aérea Portuguesa montou logo um dispositivo de evacuação dos adeptos do MPLA e da população civil que lhe é afecta, enquanto o Exército Português procura impedir novos «raids» dos homens de Holden Roberto, que retomaram, tragicamente, os métodos de 1961».
O jornal dava ainda conta que «a aparente estabilidade da situação em Carmona rompeu-se brutalmente nas últimas 24 horas, com uma fulminante operação lançada pelos comandos de Holden Roberto (FNLA) contra militares e civis do MPLA».
O Exército Português, aqui, era o Batalhão de Cavalaria 8423, os Cavaleiros do Norte, e Deus sabe quanto dramáticos foram esses dias trágicos de Carmona. Há 40 anos!!!
A 30 de Maio de 2015, como aqui temos vindo a reportar, os Cavaleiros do Norte da CCS reuniram-se em Mortágua, com organização do Afonso Henriques, e ao encontro chegaram mensagens - que reproduzimos nos últimos dias. Hoje, publicamos mais duas. Uma, do 1º. cabo Rodolfo Hernâni Tavares Tomás,
saúde, com Parkinson, de que diz «não ter cura» mas, e cito-o, tem «tratamento para travar o avanço» e que é isso que está a fazer. Diz que está, e
cito-o de novo, «a ajustar as medicações para ter um fim mais digno».
A mensagem: «Abraço a todos os
ex-militares (principalmente) da CCS do BCav 8423. Oficiais Sargentos
(Furriéis) e praças. Para todos, grande abraço de muitas saudades e muita
saúde».
Condutor Nogueira, do Liberato |
Assim se vai fazendo a história (viva) dos Cavaleiros do Norte, 40 anos depois!!!
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