CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

3 146 - Segurança em Carmona e malas do Banco de Portugal

Cavaleiros do Norte, quatro PELREC´s: Alberto Ferreira, 1º. cabo Dionísio Baptista, 
Francisco Madaleno e João Marcos. Em baixo, o BC12, último quartel do BCAV. 8423



Aos dez dias de Junho de 1974, a 2ª. CCAV. 8423 chegou a Aldeia Viçosa, ida do Grafanil e comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. O dia era feriado nacional mas, tal qual no ano seguinte, passou despercebido entre os Cavaleiros do Norte! Em 1975, porém e face aos incidentes que se repetiam, o Alto Comissário Silva Cardoso, em comunicado, deu conta que «tanto em Luanda como nos outros pontos do território, onde nos últimos dias se registaram conflitos entre os movimentos de libertação, ou mais concretamente entre o MPLA e a FNLA, a situação encontra-se praticamente estabilizada no aspecto militar, salvo um  ou outro incidente de pequena monta».
Os Cavaleiros do Norte, em Carmona e no Uíge, continuavam a sua missão: segurança na cidade (apesar dos continuados, embora não muito graves, incidentes com os homens da FNLA - os «vencedores» do conflito com o MPLA), procurando soluções para os conflitos que diariamente surgiam e fazendo gestão dos reabastecimentos - pois cidade e região deles estavam muito carentes. Ou assistindo e/ou evacuando feridos. Não se registou, a propósito, qualquer baixa entre os Cavaleiros do Norte. Felizmente!!!
Foi por estes dias que o PELREC foi encarregado de uma complexa missão: escoltar o transporte de pesadas malas da Delegação do Banco de Portugal, para o aeroporto de Carmona e proteger o descolamento do avião que as transportou para Luanda. O que levavam as malas? Não sabemos!!!
Delegação do Banco de Portugal em Carmona
O carregamento das malas foi «observado» pela mira atenta dos Cavaleiros do Norte do PELREC, fortemente armados - com as metralhadoras G3, obuses, morteiros e lança-granadas, bazucas e as clássicas granadas de mão e as que poderiam ser accionadas por dilagramas. Em nenhuma outra vez estivemos tão fortemente armados! Suspeitava-se que a pequena coluna fosse assaltada, no troço asfaltado que do Banco de Portugal ia até ao aeroporto.
Felizmente, não foi, apesar de um ligeiro sobressalto na passagem de um pequeno capinzal, já muito perto do aeroporto. A descarga e carga (no avião) das malas decorreu sem quaisquer problemas.

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