CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

3 186 - Daniel Chipenda em Carmona e tiros em Luanda


Estádio 4 de Maio, ao tempo do Clube Recreativo do Uíge. Foi aqui que, há 40 
anos, Daniel Chipenda fez um comício - o da sua visita de vários dias 
a Carmona. Quase em frente, ficava o Diamante Negro. 
Lembram-se?


Daniel Chipenda

A 10 de Julho de 1975, Daniel Chipenda deslocou-se a Carmona e Uíge, numa visita que, segundo a imprensa do dia, «poderia ser significativa». A falta de pormenores, referia o Diário de Lisboa dessa tarde, devia-se ao «não funcionamento do sistema de comunicações com aquela zona. afectado desde os últimos incidentes e não mais reconstruído».
Daniel Chipenda, ao longo dos vários dias em que lá esteve, visitou várias fazendas (estava-se na altura da apanha do café) e fez um comício no campo de futebol, com segurança feita pelas NT e alguns elementos das Forças Militares Mistas. Na altura, recordemos, promovia-se a criação do Exército Unificado de Angola, com elementos dos três movimentos.
A manhã desse 10 de Julho de 1975, registou mais incidentes em Luanda, «com tiros de certa intensidade», no Bairro da Cuca e Avenida do Brasil. Já durante a noite. relata(va) o Diário de Lisboa desse dia, «já se tinha feito sentir o disparo de armas automáticas». «Este recrudescimento de violência - acrescenta(va) o vespertino da capital portuguesa - deve estar relacionado com uma forte onde de boatos que nos últimos dias tem circulado em Luanda, anunciando para muito breve o recomeço das hostilidades entre os movimentos de libertação angolanos».
A guerra de comunicados de MPLA, FNLA e UNITA também ressurgiu, com ataques recíprocos e ao Governo Provisório. O Comando Operacional de Luanda (COPLAD). por seu lado, denunciou «uma nova vaga de prisões arbitrárias operadas em Luanda, nomeadamente pelo MPLA e FNLA» e lamentava «o completo alheamento» dos acordos firmados. Entre 4 e 29 de Junho, segundo o COPLAD, «a FNLA fez 132 prisões em Luanda e 100 o MPLA». A UNITA, apenas quatro. Na semana que na véspera se concluíra, fizera 6 a FNLA, 8 o MPLA e nenhuma a UNITA.
Notícia do Diário de Lisboa
de 10 de Julho de 1975.
Há 40 anos!
Um ano antes, a 10 de Julho de 1974, o MPLA, pela voz de Lúcio Lara, anunciou que «não está disposto a negociar com a FNLA». O dirigente do partido de Agostinho Neto falava em Brazaville e salientou que «enquanto a FNLA não libertar 200 elementos da FNLA «detidos» em Kinshasa, são impossíveis reuniões conciliatórias entre os dois movimentos».
A FNLA já tinha libertado três oficiais do MPLA, detidos em Junho de 1973 (em Kinshasa e onde tentavam a conciliação entre os dois movimentos) e que na altura (há 41 anos) já estavam em Lusaka. 

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