O BC 12, onde os Cavaleiros do Norte aquartelaram de 2 de Março a 4 de
Agosto de 1975 - quando rodaram para Luanda. Visto do lado do Songo (foto de
Jorge Oliveira, de 1973)
Carmona, actual cidade do Uíge, capital da província do mesmo nome, nos dias de hoje. Foto da net |
A 30 de Julho de 1975, hoje se fazem 40, anos (o tempo passa, éramos nós uns rapazinhos de 22 para 23 anos!!!...), o Estado Maior Unificado de Carmona reuniu pela última vez e na agenda estava o inevitável: a rotação do BCAV. 8423 para Luanda - prevista para 3 e 4 de Agosto!!!
O facto estava comunicado à FNLA e com «o ambiente ligeiramente desanuviado», como se lê no Livro da Unidade, a expectativa dos Cavaleiros do Norte era a maior: a missão estava a ser cumprida, seguiria a nossa jornada africana de Angola por Luanda.
Luanda onde Agostinho Neto tinha sugerido a saída das tropas portuguesas, depois de o Alto Comissário Silva Cardoso ter comentado dias antes que Portugal «deveria renunciar aos acordos do Alvor», assinados em Janeiro desse ano de 1975. O presidente do MPLA não foi de meias palavras: «Estamos de acordo, se o Alto Comissário acelerar a saída das tropas portuguesas».
A FNLA continuava no Caxito, embora o MPLA comunicasse que as suas tropas cercavam a cidade. A FNLA, segundo o Diário de Lisboa desse dia 29 de Julho de 1975, estaria «à espera de carburante para avançar sobre Luanda». Precisaria, ainda e primeiro, segundo o DL, de «obter uma vitória militar 20 quilómetros a norte da capital, em Quifandongo, zona onde se concentravam importantes forças do MPLA».
Em Malanje, não tão longe de Carmona como isso, «recomeçaram os combates, ao fim da tarde de ontem, com particular violência». Dois aviões militares que transportavam fornecimentos «foram atingidos pelo fogo cruzado entre unidades da FNLA e do MPLA, tendo ficado ferido um dos tripulantes».
Em Luanda, e continuamos a citar o Diário de Lisboa, «irrompeu ao fim da tarde um cerrado duelo de armas ligeiras e pesadas nas imediações da Fortaleza de S. Pedro da Barra, onde as tropas da FNLA continuavam a resistir ao assédio do MPLA». Era para esta Luanda, como aqui temos dito, que iam partir os Cavaleiros do Norte.
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