CARMONA, um dos últimos render de parada do BC12. Reconhecem-se o alferes
miliciano António Albano Cruz (oficial de dia, à frente) e o 1º. sargento José Luzia
(atrás). Em formatura, os clarins Irineu Sousa (?) e José Caetano, o furriel miliciano
António José Cruz, seis praças (quem serão?) e o furriel miliciano Domingos Peixoto
A parada do BC12, em Carmona, notando-se o mítico depósito de água, as casernas dos praças (do lado esquerdo) e o refeitório e cozinha (ao fundo) |
A 31 de Julho de 1975, «começou a materializar-se» em Carmona a operação de rotação dos Cavaleiros do Norte para Luanda. A operação vinha a ser preparada desde há dias, em reuniões do comando do BCAV. 8423 e elementos do QG/RMA - nos dias 23, 28 e 29, imediatamente anteriores. Na véspera, os pormenores indicados tinham sido dados ao Estado Maior Unificado e nesse 31 de Julho de há precisamente 40 anos, uma 5ª.-feira, chegou ao BC12 uma Companhia de Comandos (uma de Páraquedistas ficou aquartelada no Negage), que iria(m) reforçar a segurança da coluna que sairia (e saiu) a 4 de Agosto.
«A operação começou a materializar-se em 31 de Julho, com a chegada de viaturas e de tropas de reforço, após ter sido comunicado à FNLA que tal se iria processar, o que foi feito em reunião com o Estado Maior Unificado, em 30 de Julho», relata o Livro da Unidade.
Luanda, para onde íamos, e no Caxito «a situação continuava estacionária, não havendo notícias de incidentes, nem movimentos assinaláveis de tropas, quer da FNLA quer do MPLA», relatava o Diário de Lisboa desde 31 de Julho de 1975.
O mesmo não acontecia, em Saurimo, na Luanda - com confrontos entre o MPLA e a UNITA. Mas, ainda segundo o Diário de Lisboa, «os conflitos armados que até agora se cingiam a Luanda, Quanza Norte e Malanje, já alastraram a outros pontos do território» - nomeadamente a Porto Amboim, a 400 quilómetros de Luanda, entre o MPLA e a FNLA, com «emprego de armas pesadas», que «pôs a população em pânico, tendo a maioria sido evacuada pelo navio «Sofala», com destino ao Lobito». Em Novo Redondo, 80 quilómetros mais a sul, «os combates que tinham cessado na terça-feira à tarde recomeçaram ontem (quarta) com particular violência, tendo sido usadas armas pesadas». A população preparava-se para «abandonar a cidade».
As 6000 pessoas que, em Malanje, se tinham refugiado no quartel das tropas portuguesas, «começaram a ser evacuadas para o sul de Angola. em comboios de 50 viaturas, escoltadas por militares portugueses em 10 quilómetros».
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