Santa Isabel, onde esteve aquartelada a 3ª. CCAV. 8423, de 11 de Junho
a 10 de Dezembro de 1974. Os Cavaleiros do Norte foram a última guarnição
militar portuguesa que esteve na mítica fazenda do norte de Angola
Cavaleiros do Norte de Santa Isabel: os furriéis milicianos Agostinho Belo, Ângelo Rabiço, José Querido, Victor Mateus Guedes (falecido a 16/04/1998, em Lisboa e de doença) e António Fernandes |
A 3 de Maio de 1974 - há precisamente 42 anos!!!... - o Batalhão de Cavalaria 8423 iniciou em Santa Margarida «os exercícios de instrução operacional», que decorreram até ao dia 10, na Mata do Soares.
A decisão foi na véspera (2 de Maio) e a actividade realizou-se «já com a autonomia das diversas companhias», como se lê no Livro da Unidade, com o objectivo de «pô-las a viver à semelhança, embora ténue, daquilo que iria ser a sua vida no ultramar».
A memória faz lembrar que o futuro PELREC, comandado pelo então aspirante a oficial miliciano António Manuel Garcia, agiu como «inimigo» das três companhias operacionais. Patrulhávamos a zona e fazíamos «emboscadas» aos pelotões da 1ª. CCAV. 8423 (a que viria a aquartelar-se em Zalala), a 2ª. CCAV. 8423 (em Aldeia Viçosa) e a 3ª. CCAV. 8423 (a da Fazenda Santa Isabel) - comandadas, respectivamente, pelos então tenentes milicianos (futuros capitães) Davide Castro Dias, José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes.
O alferes Lains dos Santos e os furriéis Queirós e Rodrigues, da 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala) na instrução operacional de há 42 anos, em Santa Margarida |
Agostinho Neto, falando em Bruxelas, afirmou que «o povo angolano quer o direito à independência completa e imediata» e que «a luta mão cessará enquanto os povos angolanos não tiverem direito à auto-determinação», assegurando que o MPLA «não tem intenção nenhuma de expulsar os portugueses depois da independência». Sobre os acontecimentos de Lisboa (o 25 de Abril), garantiu que «foi dado um grande passo e estamos prontos a negociar em qualquer momento» - afastando, porem, a ideia de uma Federação, sugerida por António Spínola. no livro «Portugal e o Futuro», porque, sublinhou, segundo o Diário de Lisboa, seria «uma federação que deixaria os cargos ministeriais importantes nas mãos dos Portugueses».
Hoje, editamos o fac-simile da Ordem de Serviço 66, de 20 de Março de 1974 e do Regimento de Cavalaria 4 (RC4), a unidade mobilizadora dos Cavaleiros do Norte, o rol de mobilizados da 3ª. CCAV. 8423, nomeadamente o tenente miliciano José Paulo Fernandes, os futuros alferes milicianos Augusto Rodrigues, Mário Simões, Carlos Silva e Pedrosa de Oliveira, o 1º. sargento Francisco Marchã e os futuros furriéis milicianos Delmiro Ribeiro, António Flora, Alcides Ricardo, António Fernandes, José Fernando Carvalho, José Lino, Graciano Silva, António Luís Gordo, Grenha Lopes, Agostinho Belo, Luís Capitão (falecido a 05/01/2010, de doença e em VN Ourém), José Avelino Querido, João Augusto Cardoso, Armindo Reino e Victor Mateus Guedes (falecido a 16/04/1998, em Lisboa e de doença) e dos praças (1ºs. cabos e soldados).
A 18 de Março de 1974, «entraram de licença nos termos do artigo 75º.- das NNAPU», por 10 dias. Como aqui já dissemos, os conhecidos 10 dias antes da partida para o ultramar (que não foram, afinal, os do BCAV. 8423).
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