Carmona: a estrada da cidade para o BC12 e o Songo. À direita, o
edifício do liceu. Por aqui passámos centenas de vezes, várias vezes
ao dia, de e para o quartel e para missões na cidade e acessos
Os dias de Carmona, por Maio de 1975 fora, confirmaram, da parte dos Cavaleiros do Norte, «a dificuldade em fazer vingar o papel de árbitro atribuído, como prioritária missão das NT», como se pode ler no Livro da Unidade. Não esmoreceram, é verdade (e disso nos orgulhamos) mas foram muitas e variadas as dificuldades sentidas. Expondo os seus problemas mas cumprindo», recorda o livro de memórias do Batalhão de Cavalaria 8423, começaram, todavia, «a sentirem-se desautorizados e alvo de atropelos», o que levou a sublinhar «viver-se numa ilha no mar da FNLA» e isto, frisa o documento, «com todas as inconveniências que daí advém».
Curiosamente e por Luanda - a imensa metrópole, capital de Angola! -, as confrontações entre movimentos pareciam ter terminado, já na tarde do dia 2, mas com um saldo trágico: «Mais de 200 pessoas morreram, para além de centenas de feridos», relatava a imprensa do tempo.
As ruas, tal como as de Carmona, estavam «a ser patrulhadas por forças mistas» - formadas pelas Forças Armadas Portuguesas e pelos movimentos de libertação, «actuando prioritariamente nas zonas dos incidentes».
Ordem de Serviço do RC4, nº. 61, de 12 de Março de 1974, com a apresentação de um grupo de Cavaleiros do Norte. Clicar na imagem, para a ampliar |
À distância de 41 anos, ainda nos custa entender como todos nós, com maior ou menor dificuldade, geríamos estes conflitos, impondo a disciplina necessária neste tipo de actividades operacionais, actuando com prudência e, por que não dizê-lo, agindo com coragem. Era (foi) muito difícil. Mesmo muito difícil e perigoso.
Hoje, reportamos a Ordem de Serviço nº. 61, do RC4 e de 12 de Março de 1974 (há pouco mais de 42 anos), com as apresentações de mais futuros Cavaleiros do Norte, destinados à CCS e todos eles com a Escola de Cabos: o mecânico José Domingos da da Encarnação Guerreiro, o bate-chapas Carlos Alberto Serra Mendes e o estofador Domingos Augusto Teixeira (vindos do BE 3), Joaquim M. S. Pedreira, que acabou por não seguir para Angola (do BC 5), o mecânico electricicta Carlos Alberto de Jesus Mendes (do GCTA) e os sapadores Gabriel Mendes, José Adriano Nunes Louro (falecido a 23 de Julho de 2008, em Tomar, de suicídio) e Albino Jorge Oliveira Pires (do RAL1).
Sem comentários:
Enviar um comentário