O comandante Almeida e Brito deslocou-se à Fazenda Santa Isabel, onde se aquartelava a 3ª. CCAV. 8423, no dia 15 de Julho de 1974. Há 46 anos!
O objectivo, aos hábitos do tempo, era a troca de impressões e instruções quanto à natureza operacional desta Unidade dos Cavaleiros do Norte na sua Zona da Acção (ZA).
O Pelotão de Reconhecimento, Serviço e Informação (PELREC) foi o grupo de escolta e terá sido esta, mesmo, a primeira vez que se deslocou ao aquartelamento dos comandados do capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes.
O dia foi marcado pela morte, de acidente de viação, de Bernardo Oliveira, militar da mesma 3ª. CCAV. 8423 mas membro do 3º. Grupo de Mesclagem, oriundo do Regimento de Infantaria 20 (RI2), em Luanda - formada por militares do contingente local. Natural de Caiango, no Alto Cauale, era da incorporação de 1969 - devendo, pois, ter 26 anos na altura. Mais não sabemos dele, apenas que o seu corpo foi enterrado no cemitério da sua aldeia.
O comandante Bundula, da FNLA, com a mulher e aqui num comício em Aldeia Viçosa |
Pedido de armas
retidas no BC 12
O dia 15 de Julho de 1975, um ano depois, foi tempo de a FNLA pedir ao comandante Carlos Almeida e Brito a entrega de armas que estavam à guarda do BC12 - a unidade onde estava aquartelado o BCAV. 8423.
Pedir é uma forma semântica de dizer o que pretendia a FNLA militar e política do presidente Holden Roberto. A FNLA exigia a entrega das armas, milhares de armas que estavam em depósito militar do BC12 - o que não lhe foi concedido. Armas, por exemplo, que tinham sido da DGS angolana e dos Flechas.
O comandante Bundula seria um dos porta-vozes dessa exigência. Não acedida!
Alferes milicianos na entrada da Messe de Oficiais do Quitexe: Pedrosa de Oliveira, Jaime Ribeiro, António Albano Cruz, António Manuel e José Leonel Hermida |
Ribeiro, alferes da CCS,
70 anos em Constância !
O alferes miliciano Jaime Rodrigues Picão Ribeiro, da CCS do BCAV. 8423, os Cavaleiros do Norte do Quitexe, festeja 70 anos a 15 de Julho de 2020.
Sapador de especialidade militar, foi louvado pelo Comando do BCAV. 8423 porque demonstrou «ser um bom condutor de homens,
Os alferes milicianos António Albano Cruz e Jaime Ribeiro |
O louvor foi publicado na OS 174 e sublinha que «foi sempre precioso colaborador do comandante da Companhia, facto recentemente notório na resolução dos muitos problemas surgidos com o elevado número de pessoal civil que pediu a protecção das NT durante os incidentes de Carmona».
Jaime Ribeiro regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, a Constância, a sua terra natal - onde em 1976 foi eleito vice-presidente da Câmara Municipal, numa lista do PS que ganhou 4 dos 5 mandatos em disputa, sem ele, todavia, abandonar a sua actividade profissional na Fábrica do Tramagal.
Abandonou a política no final desse mandato, por, ele nos disse, «não ter vida para aquilo, por ter de dizer e desdizer o que dizia».
«Estou porreiro, nas minhas caminhadas de 5/6 quilómetros», disse-nos hoje, já pondo para trás os (bons) efeitos da operação que, há dois anos, fez ao coração.
Parabéns!
Sem comentários:
Enviar um comentário