CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 28 de julho de 2020

5 132 - Carmona a preparar a rotação para Luanda! Blindados da FNLA no Caxito!


O antigo BC12, último aquartelamento militar português em terras do Uíge, na cidade de Carmona,
na saída para o Songo em 1975. Está agora a serviço das Gorças Armadas de Angola. O portão
fica onde era a porta d´armas! Foto de 25 de Setembro de 2019
O Comando do Sector do Uíge e Zona Militar Norte, em
Carmona, em imagem de 24 de Setembro de 1975. 
Agora, é o Tribunal Militar do Uíge


Aos dias 28 de Julho de 1975, há 45 anos, a cidade de  Carmona, capital do Uíge - e assim denominada depois da independência - continuava aparentemente calma mas... tensa!, devido às delicadas relações com a FNLA e as crescentes e cada vez mais levedadas críticas da comunidade civil aos Cavaleiros do Norte que, a todo o custo, procuravam «evitar males futuros». 
Tão crescentes e levedadas como acesas e injustas. Imerecidas.
Os militares do BCAV. 8423, na verdade, mesmo asperamente hostilizados e, dia a dia, muito insultados, não se regateavam para defender pessoas e bens, com o riso da própria vida. E isso ainda hoje muitos daqueles que por lá foram protegidos não conseguem entender, muito menos agradecer.
E os riscos corridos pelos Cavaleiros do Norte foram muitos, a fazerem doer a alma e o corpo daqueles que, na imberbidade dos seus 22 para 23 anos, ali estavam dispostos a tudo, corajosamente, para defender pessoas e bens, até a dar vida por terceiros!
O furriel Viegas e o capitão Domingues,
do QG da Região Militar de Angola

A retirada dos Cavaleiros
do Norte para Luanda

A 28 de Julho de há 45 anos, de novo o Comando do BCAV. 8423 - o tenente-coronel Caros Almeida e Brito, oficial de Cavalaria  - reuniu com «elementos do Quartel General da Região Militar de Angola», para preparar a operação de retirada de Carmona para Luanda. 
O mesmo acontecera a 23 e repetiu-se a 29 desse mês e o objectivo essencial era «obter os meios necessários à execução de tal operação».
Que se adivinhava nada fácil. Nem pelo contrário - como o tempo veio mostrar.
Um dos elementos do QG era o capitão Domingues - que eu conhecera da sua relação familiar (primo) com Maria de Fátima Resende, ao tempo esposa de José Bernardino Resende, conterrâneo e amigo (entretanto já falecido). Mora agora na zona do Estoril, já há bastantes anos aposentado da sua carreira militar e com alguns problemas de saúde.
O tenente-coronel Gilberto Santos e Castro, oficial português
 que comandou tropas da FNLA e Holden Roberto, 
presidente da mesma FNLA,  aqui no Ambriz e em data 
desconhecida (no ano de 1975)


Blindados da FNLA 
a ocuparem o Caxito


A 28 de Julho de 1975, um domingo, soube-se que o tenente-coronel Santos e Castro era o ex-oficial português que, no Caxito, comandava as tropas da FNLA - que dali tinham expulsado o MPLA, após «duros e violentos combates».
Gilberto dos Santos e Castro era prestigiado oficial português e tinha sido comandante da 1ª. Companhia de Comandos de Angola. Era irmão do engº. Fernando Santos e Castro, que fora Governador Geral de Angola, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e deputado nacional.
A situação no Caxito estava «estacionária, com alguns blindados da FNLA a ocuparem a localidade desde há alguns dias», mas sem conseguirem
avançar sobre Luanda. O MPLA, noticiava o Diário de Lisboa, «fez um cerco às forças da FNLA e começou a sabotar as pontes».
Raúl Corte Real, capitão miliciano e co-
mandante da CCAÇ. 4145. de Vista Alegre


A CCAÇ. 4145 e
a 1ª. CART. 6322

Um antes, o comandante Carlos Almeida e Brito, deslocou-se a Vista Alegre (a 28 de Julho de 1974), em «contacto operacional» com a ali aquartelada CCAÇ. 4145 - que era comandada pelo capitão miliciano Raúl Corte Real.
Ainda neste mesmo dia de há 46 anos, registou-se «a retirada do Subsector», da 1ª. CART do BART. 6322, que «trabalhava na área dos «quartéis» de Camabatela e Quiculungo» - a ZA do BCAV. 8423. 
Os artilheiros da 1ª. CART. 6322, recordemos, faziam parte do Comando Operacional de Tropas de Intervenção 2 (COTI 2) e estava, há 46 anos e desde 18 de Julho anterior, sob dependência operacional do BCAV. 8423.

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