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Comício da FNLA em Aldeia Viçosa, entre 1974/75, data desconhecida. A foto é do furriel Carlos Letras, da 2ª. CCAV. 8423, sendo notória a participação de jovens, aqui a entoar o Hino da FNLA |
O quartel do BC12, à saída de Carmona na estrada para o Songo, último espaço do BCAV. 8423 e da presença militar portuguesa no Uíge angolano |
Os dirigentes da FNLA reuniram-se a 23 de Julho de 1975 com «os comandos militares de Carmona», para analisar e discutirem a situação política e os vários incidentes desse mês.
Eram vários e vale a pena recrordar alguns: cerco ao quartel do Negage, onde estava a CCAÇ. 4741, e pedido de armas (a 13), afirmações no comício da movimento, envolvendo dirigentes e militares do seu ELNA (nesse mesmo dia), o afluxo de refugiados da FNLA a Carmona (começado a 14) e pedidos de armas no BC12, rejeitado pelo comandante Almeida e Brito (a 15).
Outro preocupante problema era o da saída dos MVL´s, impedidos a 13 e 21 de há 45 anos e que, segundo o relato do HdU, «culminaram com as imposições feitas» na referida reunião de 23 de Julho seguinte, com os vários comandantes militares portugueses. Que, obviamente, não foram aceites, fosse quais fossem - o HdU não as discrimina.
A Zona Militar Norte (ZMN) em Carmona |
Cavaleiros «perigosamente
alvo das queixas e ataques da FNLA»
Os Movimentos de Viaturas Ligeiras (MVL) de Carmona para Luanda foram impedidos de sair a 13 e 21 de Julho de 1975, há 45 anos, e a situação motivou muito mau-estar na guarnição dos Cavaleiros do Norte, pouca disposta (nada disposta...) a ceder à «ressaca da FNLA», no território do Uíge, face «aos desaires de Luanda, Salazar e Malanje».
O tenente-coronel Almeida e Brito não era comandante militar para aceitar qualquer tipo de imposições, mas tinha, porém, ordens a cumprir do Comando do Sector do Uíge (CSU) e outros comandos militares de Carmona, mas tamb+em sabia, e isso era certinho como um relógio suíço, que os seus homens cumpririam o que ordenasse.
Não teriam hesitações, não recuariam a nada, para defender a soberania portuguesa e a segurança de pessoas e bens, enquanto Portugal a detivesse em território angolano, apesar de serem «perigosamente alvo das queixas e ataques da FNLA», queixas que o livro «História da Unidade» recorda, acrescentando que os homens da Holden Roberto reivindicavam «os desequilíbrios de outros locais - fosse Luanda, fosse Salazar ou Malanje, ou qualquer localidade do imenso território angolano.
O Uíge, recordemos, era «a terra da FNLA» e o HdU também lembra que os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, por esse tempo de há 45 anos, «mais do que nunca, estão a viver no reino da FNLA, isoladas, preocupadas, e quase sem encontrar motivações justificativas da sua estada no Uíge».
Não foram fáceis tempos!
Luciano Borges Gomes, 1º. cabo em 1974/1975 |
O Luciano B. Gomes e esposa, imagem de 2016 |
Luciano, 1º. cabo,
68 anos em Leiria!
O 1º. cabo Luciano, da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, festeja 68 anos a 22 de Julho de 2020.
Luciano Borges Gomes foi mecânico de armamento ligeiro e natural do Arnal, na Maceira Liz, em Leiria, lá regressou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua jornada angolana do Uíge.
Fundador em 1980 - já lá vão 40 anos!... -, é administrador da FAMPLAC, empresa de moldes e equipamentos tecnológicos de última geração, com mais de 60 técnicos qualificados e instalações fabris no lugar do Telheiro, na estrada para a Marinha Grande, em Maceira, Leiria.
Lá mora, hoje em férias de trabalho para celebrar o seu natal d´amor..., e para lá vai o nosso abraço de parabéns!
Esposa e filho do Louro (em 1974), quando estava em Angola |
José Louro, 1º. cabo, em 1974 |
Louro, 1º. cabo sapador,
O 1º. cabo sapador Louro, da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 12 anos, a 23 de Julho de 2008, de suicídio.
José Adriano Nunes Louro regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se no Casal do Pinheiro, freguesia de Casais, concelho de Tomar e por lá fez vida como operador de máquinas retro-escavadoras. O seu único filho é o sargento ajudante Sérgio Manuel Braz Louro, de Administração Militar, e há 12 anos, uma doença cancerosa «roubou-lhe» a esposa, deixando-o mergulhado na dor da viuvez. Logo depois, foi-lhe diagnosticado problema de saúde igual, o que o «levou» à media limite: o suicídio. A 23 de Julho de 2008 e deixando uma carta a explicar a sua dramática e íntima decisão: «Para não sofrer e não fazer sofrer a família».
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
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