CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 24 de julho de 2020

5 128 - Absolutamente necessário evacuar a tropa e população de Carmona e Negage!

Comício da FNLA em Aldeia Viçosa, numa altura em que os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423
controlavam as situações deste delicado tempo do processo de descolonização. Não muito bem
entendidos e compreendidas, mas sempre activos e capazes
Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 na Carmona de há 45 anos, 
no ajardinado das piscinas da cidade, uíjana e todos milicianos: 
alferes Pedrosa de Oliveira (da 2ª. CCAV.) e furriéis Manuel 
Machado (CCS), José Lino (3ª. CCAV.) e Nelson Rocha
 e António Cruz (da CCS)

A situação militar real de Carmona e toda a província do Uíge, a 24 de Julho de 1975 e num tempo em que os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 eram já a única guarnição militar portuguesa, era de grande expectativa. O que é que vai acontecer?
Já se sabia que 3 de Agosto seguinte seria o dia da de partida para Luanda de algumas  subunidades (fossem quais fossem...) mas as escaramuças 
Parada do BC12 na primeira semana de
Junho de 1975:  apoio da Força Aérea aos
 refugiados civis do Uíge angolano
continuavam na cidade uíjana, noite após noite e dias, face às impertinências e exigências das forças dirigentes e militares da FNLA. 
«Era absolutamente necessário evacuar, também e em simultâneo, a tropa e a população de Carmona e Negage, pela força, se necessário fosse», lemos no livro «Segredos da  descolonização de Angola», de Alexandra Marques. Bem nos lembramos disso. E quantas dores de cabeça nos deram e perigos
A capa do livro «Segredos da
Descolonização de Angola».
de Alexandra Marques
então se semearam nos chãos uíjanos.



O tempo de evacuar
Carmona e o Negage!

Ao tempo, recordemos, o comandante Almeida e Brito tinha negociado com o QG da RMA a (eventual  e desejada) saída de Carmona. 
O Alto Comissário Silva Cardoso estava em situação cada vez mais fragilizada e admitia renunciar ao mandato do Governo Português - como efectivamente  renunciou.
Melo Antunes estava em Luanda e a questão punha-se difícil: a FNLA queria entrar em Luanda e a isso se opunha o MPLA. Era o mais óbvio. Se as Forças Armadas Portuguesas entrassem nessa disputa, o que, obviamente feria o Acordo do Alvor, o que iria acontecer? E isso não queriam fazer as NT - as Nossas Tropas!
Ao tempo, e continuado a citar o livro de Alexandra Marques, «era absoluta-
mente necessário evacuar, também e em simultâneo, a tropa e a população de Carmona e do Negage». Em questão, ainda segundo o mesmo livro de Alexandre Marques, estavam na ordem das 7000 pessoas. Os Cavaleiros do Norte do BCAV-8423 - a última força do Exército Português por terras de Carmona e do Uíge, por essa altura, queremos crer, não tinham ideia da dimensão humana que estava em causa.
Manuel Lopes
atirador de Cavalaria

Lopes de Aldeia Viçosa
faz 68 anos em Alcanede !

O soldado Lopes, atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 25 de Julho de 2020.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa, e depois de Carmona e no BC12, Manuel Fernandes de Jesus Lopes, de seu nome completo, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, finda a sua (e nossa) comissão militar no norte de  Angola, fixando-se na Aldeia do Além, da freguesia e concelho de Alcanede - onde continua a viver, agora na Praceta Moínho de Vento. Por lá continuam as suas saudades de Angola e para ele, neste dia feliz, vai o nosso abraço de parabéns!

Sem comentários:

Enviar um comentário