CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 4 de agosto de 2020

5 140 - O dia último dos Cavaleiros do Norte no Uíge angolano!

A coluna de Carmona para Luanda, aqui com militares portugueses e civis, há precisamente 45 anos,
dia 4 de Agosto de 1975:  NN, 1º. cabo Manuel Mendes (atirador), 1º. cabo Deus (operador cripto), soldado 

António Santos (atirador) e furriel miliciano António Artur Guedes (atirador de Cavalaria)
Grupo de Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423
na epopeica coluna de há 45 anos. Alguém os

pode identificar?


O dia 4 de Agosto de 1975, há 45 anos, foi o último da presença militar portuguesa em terras do Uíge: de lá, de Carmona, rodaram a 2ª. CCAV. 8423 e a 3ª. CCAV. 8423. Para Luanda e via Negage, Salazar e Dondo.
A epopeica coluna saiu com reforço de uma Companhia de Comandos (desde o BC 12, de Carmona) e outra de Paraquedistas (a partir do Negage) e, já das vésperas, se conhecia o mais que certo êxodo de civis. 
«Começou a sentir-se que iriam acompanhar a nossa coluna centenas de viaturas, com alguns milhares de desalojados, que procuravam o refúgio protector das NT», sublinha o livro «História da Unidade», o BCAV. 8423,  salientando que «aumentaram as dificuldades e aumentaram as responsabilidades».
A fachada principal do BC 12, vista do lado
 de Carmona e de onde há 45 anos saíram 
os últimos militares portugueses. Os do
BCAV. 8423 (foto da época)

Salvar bens e
salvar vidas!

A posição dos Cavaleiros do Norte era claríssima, desde a primeira hora: a de defender as populações, a que preço fosse. Já o mesmo acontecera na dramática e sangrenta primeira semana de Junho desse ano de 1975 e assim continuou. Até ao último instante!
«Há que entregar toda esta molde de gente são e salva em Luanda, há que contrariar os intentos da FNLA em reter essas populações, os seus bens e se calhar as suas vidas, há que salvaguardá-la do saque do poder popular», escreveu, na altura, o comandante Almeida e Brito.
A coluna partiu de Carmona às 5 horas da manhã de 4 de Agosto de 1975, mas «pode dizer-se», refere o livro «HdU», que «a partir das 2 horas tudo se pôs a postos para que o horário fosse cumprido»
Efectivamente, às 5 horas da manhã, «toda a máquina se moveu»A coluna abriu com a Companhia de Comandos, seguindo-se as duas dos Cavaleiros do Norte.
 «Juntaram-se cerca de 700 viaturas, com alguns milhares de desalojados», anota o «HdU», referindo-se à população de Carmona.
A FNLA em Carmona

FNLA quis bloquear
os civis da coluna

As primeiras dificuldades surgiram ainda na capital do Uíge, quando «a incompreensão dos civis gerou o primeiro problema com a FNLA que, bloqueando-os, não os quis deixar sair».
Resolveu-se às 5,15 horas, mas foi apenas o primeiro de vários pois «esta resolução iria dar azo ao segundo e mais grave incidente, pois todos os que fugiram para o Negage, foram impedidos de partir». O problema foi de tal dimensão que «iria atrasar em cerca de 8 horas a marcha da coluna».
Posta a coluna em marcha, «passou o controlo da FNLA no Candombe» e por volta das 7,30 horas, o nevoeiro serrado provocou um acidente e o abandono de duas viaturas médias. Depois, e já no Negage, também uma viatura pesada.
No Negage, incorporaram-se as viaturas do Aeródromo Base 3 e as Companhias de Caçadores ali estacionadas. A coluna fechava com a Companhia de Paraquedistas.
Daniel Chipenda

Chipenda no Negage
para passarem civis

O Negage «estava pejado de viaturas em toda a cidade», mas «a FNLA em peso» quis impedir a sua saída, exceptuando as privadas da coluna militar. E não era o caso das dos civis. Que as NT de modo algum iriam abandonar.
As negociações «foram improfícuas, tentadas plataformas várias, batendo-se sempre em falso». Refere o livro «HdU» que «começou a odisseia dos civis, sentindo-se abandonados e entregues à sorte do querer da FNLA, convencidos que as NT os abandonariam», mas, importa sublinhar, «assim não aconteceu»
«Após uma reunião com Daniel Chipenda, obteve-se a permissão para o trânsito da quase totalidade dos civis», sublinha o «HdU», sem especificar razões para os que ficaram.

José A. Monteiro,
furriel da CCS

Furriel José Monteiro, 
68 anos em Paredes !

O furriel miliciano José Augusto Guedes Monteiro festeja 68 anos a 4 de Agosto de 2020, em Paredes. 
Especialista de Operações Especiais (Rangers) da CCS do BCAV. 8423, serviu na secretaria da companhia e regressou a Portugal e à sua natal Vila Boa de Quires, em Marco de Canaveses, no dia 8 de Setembro de 1975 - no final da sua e nossa jornada africana do Uíge angolano. 
Trabalhou nos Transportes Colectivos do Porto e no empresariado da construção civil e, já aposentado, vive em Paredes - agora a convalescer de recentíssima operação a um joelho que, diz ele, corre magnificamente
Grande abraço, ó «Ranger»! E parabéns!
José M. Cordeiro,
1º. cabo do PELREC

Cordeiro, 1º. cabo PELREC,
68 anos em Porto de Mós

O 1º. cabo José Manuel de Jesus Cordeiro foi atirador de Cavalaria do PELREC da CCS do BCAV. 8423 e festeja 68 anos a 4 de Agosto de 2020.
Natural de Portela do Vale de Espinho, da freguesia de Arrimala, em Porto de Mós, este Cavaleiro do Norte vive lá perto - na aldeia de Bezerra, onde casou e fez família. Trabalhou nas áreas da serração de madeira e de exploração de inertes, agora já aposentado e a bater as suas partidas de sueca quase todos os dias, na sede da associação local. 
nosso abraço de parabéns!

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