CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

5 157 - FNLA rechaçada no Quifangondo ! Comissão de Contra-subversão no Quitexe!

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Cavaleiros do Norte 1ª. CCAV. 8423, a da fazenda Zalala, na gruta do Quijoão, em 1974:
furriéis milicianos Victor Costa, José Louro (?) e José António Nascimento
Peixoto, Neto e Viegas: trio musical
de furriéis milicianos no Quitexe


Aos dias 21 de Agosto de 1975, há 45 anos e uma quinta-feira, especulava-se em Luanda sobre a realização, no mesmo dia, de uma cimeira entre dirigentes do MPLA e da UNITA - que poderia ser no Lobito ou mesmo na capital angolana. 
Ao certo, porém, nada se sabia com rigor, nem mesmo se conheciam os resultados de um encontro da UNITA, que na véspera teria decorrido em Silva Porto.
O Diário de Lisboa desse dia, de que nos socorremos, dava conta que «a situação militar em Luanda, ontem, não sofreu grandes alterações», mas, acrescentava, «há pelo menos a registar alguns incidentes originadas pela presença de força de fuzileiros em serviço de segurança no porto de Luanda» - onde se registavam greves atrás de greves, que punham em perigo a fragilizada economia angolana.

Notícia do Diário de Lisboa 
de 21 de Agosto de 1975
FNLA rechaçada
no Quifangondo !

Os Cavaleiros do Norte continuavam aquartelados no BIA, ao Grafanil, e muito embora fossem «unidade de reserva» de Angola, a verdade é que não tinham actividade operacional no dia a dia. O que competia a outras unidades, ora do exército, ora da aviação ou da marinha.
A cidade de Luanda aparentava essa calma, mas a intervenção do MPLA no porto levou a novas greves do pessoal e nova paralização, numa altura em que a cidade (e o país) estava(m) carentes de abastecimentos. E havia fala de bens de primeira necessidade.
A FNLA não esmorecera o seu plano de conquista da capital e, com o seu ELNA estacionado no Caxito, chegara a avançar até Quifangondo, onde foi rechaçada pelas forças do MPLA e obrigada a recuar 15 quilómetros. Mantinha-se a situação do Caxito e no Lobito «a noite foi calma e a vida tende a voltar à normalidade», relatava o Diário de Lisboa, acrescentando, relativamente a Salazar, que «a zona de confronto situa-se entre Banda e Cacuso».
O Clube do Quitexe, onde se reunia a Comissão
Local de Contra-Subversão (em 1974)

Contra-subversão no Quitexe
e cessar-fogo com o MPLA !

A Comissão Local de Contra-Subversão (CLCS) do Quitexe reuniu a 21 de Agosto de 1974, repetindo os encontros dos dias 1, 9 e 14 do mesmo mês de há 45 anos.
A CLCS era liderada porAlmeida e Brito, tenente-coronel de Cavalaria, e envolvia autoridades locais, para além de, supomos, os comandantes das subunidades da Zona de Acção (ZA) do BCAV. 8423 e as reuniões decorriam no Clube do Quitexe.
O dia foi também tempo de se saber do cessar-fogo do MPLA, relativamente às Forças Portuguesas e «de acordo com as negociações entabuladas nas últimas semanas». O que em nada «beneficiou» a situação do Norte de Angola, por onde jornadeavam o  BCAV. 8423 e que era zona de influência da FNLA e cujos efectivos eram calculados em 6000 homens, no interior de Angola. Mais 9 500 no Zaire, 4 500 dos quais «estacionados perto da fronteira» e já não contando com «os 5000 que estariam a ser treinados por 112 instrutores da China Popular».
O Diário de Lisboa desse dia notava que «há todavia indicações que oficiais portugueses estabeleceram também contactos oficiosos com a FNLA, no sentido de limitar as operações». O livro «HdU», de resto, sublinha que «de acordo com as directivas superiores, que impõem a não realização de acções ofensivas, foi completamente modificada a actividade operacional» do BCAV. 8423, «deixando de se «bater» as áreas dos «quartéis» do IN».
Quanto à UNITA de Jonas Savimbi, com quase nenhuma actividade na Uíge, já tinha assinado o acordo de cessar fogo no dia 14 de Junho desse ano de 1974.
Évora Soares,
furriel de Zalala

Furriel Évora Soares
faleceu há 12 anos !

O furriel miliciano Évora Soares, atirador de infantaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, faleceu a 21 de Agosto de 2008.
José Carlos Évora Soares, dele falamos, chegou à fazenda Martia João, em Zalala, em Outubro de 1974, substituindo o furriel miliciano Fernando Mota Viana, atirador de Cavalaria que rodara para Samba Pombo, devido a problemas disciplinares. 
Évora Sares regressou a Portugal em data desconhecida, mas sabemos, por informação do furriel miliciano João Custódio Dias, que faleceu a 21 de Agosto de há 11 anos - quando morava em Loures.
Hoje, e sempre, o recordamos com saudade. RIP!!!


Matos, 1º. cabo de Zalala, 
68 anos em Lisboa !

O 1º. cabo Luís Artur Vasques Matos, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 21 de Agosto de 2020.
Escriturário dos Cavaleiros do Norte de Zalala, trabalhou na secretaria com o 1º. sargento Joaquim António Fialho Panasco (que faleceu a 28 de Junho de 2005, há 15 anos e de doença oncológica, em Carnaxide, arredores de Lisboa, onde residia) e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975. Pouco mais sabemos dele. Apenas que, segundo o furriel João Dias, morará em Lisboa, onde residiu na Rua José Falcão, freguesia de Arroios. Parabéns!  

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