CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

5 167 - Passeio dos Cavaleiros do Norte às Queda do Duque de Bragança

Jorge Silva (1º. cabo, será?) e Rogério Raposo, Cavaleiros do Norte 
de Zalala, nas espectaculares  Quedas do Duque de Bragança

A Angola que todos  conhecemos em 1974 e 1975 era terra de enormes potencialidades e todos nós tínhamos um enorme desejo de a conhecer, para além das fronteiras do Quitexe. 
Um dia, entre muitos outros, foi preparado um «passeio» às Quedas do Duque de Bragança, que ao tempo (e agora) era grande atracção turística angolana. E principalmente para aqueles que, na verdade, menos saíam do quartel. Chamámos-lhe o Passeio dos Aramistas (os que jornadeavam apenas dentro da área do arame farpado dos quartéis) e ainda hoje me parece ser esse o nome nome mais apropriado para essa viagem (que em jeito de um patrulhamento) 
O furriel miliciano José Pires, da da CCS
do BCAV. 8423, a do Quitexe, nas
nas Quedas de Bragança, em 1974/1975
foi oferecida pelo Comando aos que menos saíam do Quitexe. Fui um dos que, mais por razões operacionais, integrei esse grupo e deixo aqui um pequeno relato desse dia (cuja data não recordo), para avivar mais um pouco a memória da nossa passagem por aquelas saudosas terras. 
Saímos de madrugada, em Berliet´s e num «gasolinas», e visitámos as cataratas do rio Cuanza, onde sentimos a enorme núvem de vapor resultante da grande queda de água, a uma altura bastante considerável. É (era), sem dúvida, uma das mais extraordinárias maravilhas da natureza que at+e a altura eu conhecia e que muito prazer tive em visitar. Impressionante!!! 
Já no regresso, passámos pela cidade de Malange, onde tive a alegria e oportunidade de, muito apresssadamente, embora, visitar um conterrâneo que lá era PSP. Durante o percurso, na ida e volta do Quitexe, apenas apanhámos pó vermelho na picada, até Camabatela, até à estrada asfaltada. Rolando ao longo de uma imensa planície, vimos ainda as deslumbrantes Pedras do Cacuso, que, parecendo enormes montanhas, se destacavam no horizonte e, a esse termp, eram impressas em postais ilustrados do roteiro turístico de Angola. 
O regresso ocorreu já ao fim do dia, sem problemas, com algum cansaço mas satisfeitos pelo dia que passamos. 
Um grande, bonito e saudoso dia de Angola!

Quarteto de Zalala´s em momento de descanso:
Fernando Coelho, Rogério Raposo, José
 Aires e 1º. cabo Carlos Ferreira


A evacuação do soldado 
Rogério Raposo !

O soldado Rogério Silvestre Raposo, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, foi evacuado para o Hospital Militar de Luanda a 31 de Agosto de 1975.
«Tive problemas na pele, por consequência do rebentamento de um granada, ainda em Carmona», recordou este rádio-telegrafista que, depois de Luanda, daqui saiu para o Hospital Militar de Lisboa - onde chegou a 1 de Setembro de 1975. Há 45 anos.
Rogério Raposo voltou a Angola nos anos 90 do século XX e por lá fez vida profissional no sector das madeiras e durante muitos anos, regressando em 2015. Recordou-nos que «uma vez, fui a Zalala, em serviço, mas nada estava igual». «Foi uma dor ver o que vimos e lembrando-nos do que era a fazenda no tempo em que lá estivemos», disse o Raposo, que em Luanda viveu na Maianga e agora, já aposentado, mora em Sintra.
José Paulo
Fernandes

Bacelar de Brito, de Santa 
Isabel, 69 anos em Lisboa !

O 1º. cabo António Joaquim Faria Bacelar de Brito, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Santa Isabel, festeja 69 anos a 31 de Agosto de 2020.
Atirador de Cavalaria, de especialidade militar, foi combatente da companhia dos Cavaleiros do Norte comandada pelo capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes (foto). E pouco mais, ou mesmo nada, sabemos deste antigo companheiro da jornada africana do Uíge angolano. Apenas que mora(rá) em Lisboa, na Cruz de Poiares.
Para lá e para ele, o nosso abraço de parabéns!
OPVDCA

PSPA e Voluntários
no Sector do Uíge 

A remodelação militar «imposta pelo MFA» levou, a 31 de Agosto de 1974, as 3ª. e 4ª. Companhias da PSPA/ Guarda Rural a «passarem à dependência operacional do Comando do Sector do Uíge» - o CSU, instalado em Carmona.
Já lá vão 46 anos!
A Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil de Angola (OPVDCA) também passou a depender do CSU, assim «deixando de estar na dependência do BCAV. 8423». A Polícia de Informação Militar (PIM), ainda no âmbito desta remodelação, «passou a ter a designação de Gabinete Especial de Informação» - o GEI. Há 46 anos!

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