Cavaleiros do Norte da CCS: soldado Silva, 1º. cabo Pais, furriel Cruz e 1º. cabo Rodolfo Tomás, que hoje festeja 68 anos em Lousada ! |
O objectivo era, depois do ataque dos dia 14 anterior, entre as Fazendas Alegria II e Ana Maria e de que resultou a morre de dois civis europeus, e as pilhagens (a 18) no troço Quitexe-Aldeia Viçosa, «procurar contrariar acções de banditismo», nomeadamente aquando do «aparecimento de queixas». E não eram poucas!
O problema era que, frisa o livro «História da Unidade», «a presença das NT não é, e não pode ser, contínua» e também acontecia que «à aproximação das NT, a FNLA furta-se ao contacto e, consequentemente, não se evita a acção já realizada e a realizar, á posteriori».
Era esta, há precisamente 46 anos, a vida operacional diária dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: contrariar acções banditismo, desde o Pumbaloge (entre o Quitexe e Carmona) a Úcua, para as bandas de Luanda.
Nada apetecível e seguramente muito perigosa.
A FNLA, em comunicado divulgado em Kinshasa, quis tranquilizar os portugueses sobre o futuro (então) próximo de Angola, em Outubro de 1975 |
FNLA tranquiliza
os portugueses !
Um ano depois, há precisamente 45 anos, em data de Outubro de 1975 cada vez mais próxima do 11 de Novembro (dia da proclamação da independência de Angola), a FNLA, a partir de Kinshasa, dirigiu «um apelo patriótico e amistoso» a todas as populações angolanas e portuguesas, no sentido de, como referia o Diário de Lisboa, «não se envolverem nos combates que opõem a FNLA aos grupos armados apoiados pelo social imperialismo». Ao MPLA, na sua versão.
Ao receio de serem apanhadas pelos dois fogos, na sequência do (anunciado) ataque a Luanda, a FNLA sublinhava que o seu Exército de Libertação Nacional de Angola - o ELNA - «dá combate as tropas do MPLA e não às populações civis, sejam elas angolanas ou portuguesas».
«Os portugueses que vivam em Angola - prosseguia o comunicado da FNLA tornado público em Kinshasa - são amigos e irmãos. Os dirigentes da FNLA jamais tiveram a intenção de perseguir as populações por motivo da sua opção política».
«Angola precisa da energia de todos os seus habitantes, tanto negros como brancos, para constituir uma nação racialmente harmoniosa e economicamente próspera», concluía a FNLA.
Rofolfo Tomás, 1º. cabo,
68 anos em Lousada !
O 1º. cabo Tomás, rádio-montador da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 19 de Outubro de 2020.
Cavaleiro do Norte do Quitexe, era homem de muitos ofícios, entre a arte de arranjar rádios, ou assistir projectores de cinema, ou carrear para o Quitexe o correio (das saudades) que nos chegava de Portugal.
«Militar muito disciplinado, correcto e inexcedível no zelo e eficiência», é assim que o louvor do comandante do batalhão o define, sublinhando também que foi «militar excepcionalmente educado e bom camarada», e que «granjeou a estima dos seus superiores e camaradas», razão que, também este, levou a que fosse «digno de ser enaltecido, em público louvor».
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua terra natal de Lousada, onde, agora já reformado, é locutor de rádio e estoico combatente de doença que o tem fragilizado. Parabéns!
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