O 1º. cabo Gabriel Alves Mendes, Cavaleiro do Norte sapador da CCS do BCAV. 8423, que tem andado por terras de França, pelos tempos de antes e depois da sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano. Agora «achado» pelas virtudes da net |
Os alferes milicianos António Garcia e Jaime Ribeiro, o capitão médico Manuel Leal e o tenente Acácio Luz, na messe de oficiais do Quitexe, em 19754/75 |
Portugal, tarde de 22 de Outubro de 2020. O telemóvel tocou aqui ao lado e, de França, chega-nos uma voz surpreendente, inescutada de há 45 anos, desde os tempos das terras uíjanas de Angola: a o 1º. cabo sapador Gabriel Alves Mendes.
«Voltei logo para França, já cá trabalhava antes da tropa, achei o blog na net e tive de vos ligar» disse-nos ele, depois, acrescentando de ter andado a «cuscar» este espaço de memórias dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
«Encontrei fotografias de tanta gente daquele tempo, ai quantas saudades eu sinto daquela malta toda...», disse ao blogger, a escutá-lo, também emocionado, do lado de cá da linha.
Gabriel Alves Mendes foi especialista como sapador do pelotão comandado pelo alferes miliciano Jaime Ribeiro. Ao tempo já casado e pai de uma menina (agora de um casal), regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, a Cortes do Meio, na Covilhã. E a França voltou, trabalhando uma vida n sector de produção de peças para automóvel.
«Fui supervisor na Oxford, da Wagon, agora já estou aposentado», contou-nos agora, de sorriso que adivinhámos rasgado e feliz, por reencontrar parte da sua família militar de Angola. Por lá e para além das funções de sapador de infantaria, as da sua especialidade militar, foi também padeiro e cantineiro, no bar dos praças do Quitexe. Além de tocador de viola, chegando a fazer coros instrumentais na Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe, ado padre Albino Capela!!!
«Tenho saudades, muitas saudades desse tempo, lembro-me muitas vezes dos alferes Ribeiro e Garcia. Soube que este já morreu, li no blog..., que pena!...», disse-nos pelo telefone, com emoção na voz e saudades a medrar-lhe na alma.
Fica a promessa, dele e nossa, de nos reencontrarmos no convívio de 2021.
«Estou reformado e foi acabar os meus dias nas Cortes do Meio. Lá vou voltar», disse-nos o Gabriel Mendes, por ora a morar na França que se acha a 80 quilómetros de Paris.
Grande abraço!
O Governo de
Transição de Angola
A grande esperança da guarnição tinha a ver com a anunciada formação do Governo de Transição, em Novembro seguinte.
A imprensa do dia dava conta do encontro da Delegação Portuguesa com a do MPLA, na véspera, a 60 quilómetros do Lucasse, no Moxico, que tornou oficial o cessar-fogo.
O comodoro Leonel Cardoso, líder da delegação portuguesa, sublinhou a importância das negociações, que considerou «um passo largo para a paz em Angola». Agostinho Neto, presidente do MPLA, por sua vez, considerou que «os conflitos, os males, as diferenças que nos opõem, podem terminar, através do diálogo honesto e construtivo».
Ao tempo, a FNLA e UNITA já tinham assinado o acordo de cessar-fogo com as autoridades portuguesas e estas negociações com o MPLA, concretizadas, anteviam a formação de uma frente comum, através da qual, com o Governo de Lisboa, se prepararia a formação de um Governo de Transição de Angola.
Vale a pena recordar a formação das duas históricas delegações. A portuguesa, liderada pelo comodoro Leonel Cardoso, nº. 2 da Junta Governativa, com os Secretários de Estado Peres do Amaral e António Augusto de Almeida, os majores Emídio Silva e Pezarat Correia (do Movimento das Forças Armadas) e o governador do Moxico e comandante da Zona Militar Leste (brigadeiro Ferreira de Macedo). A do MPLA, por Agostinho Neto, Lúcio Lara, Iko Carreira, Carlos Rocha, Ludy, Pedro Tonha, Jacob Caetano, João Van-Dunem e Aristides Van-Dunem (do comité central), comandante Bolingo, Rui Sá e Francisco Paiva (comissários políticos).
Ao tempo, a FNLA e UNITA já tinham assinado o acordo de cessar-fogo com as autoridades portuguesas e estas negociações com o MPLA, concretizadas, anteviam a formação de uma frente comum, através da qual, com o Governo de Lisboa, se prepararia a formação de um Governo de Transição de Angola.
Vale a pena recordar a formação das duas históricas delegações. A portuguesa, liderada pelo comodoro Leonel Cardoso, nº. 2 da Junta Governativa, com os Secretários de Estado Peres do Amaral e António Augusto de Almeida, os majores Emídio Silva e Pezarat Correia (do Movimento das Forças Armadas) e o governador do Moxico e comandante da Zona Militar Leste (brigadeiro Ferreira de Macedo). A do MPLA, por Agostinho Neto, Lúcio Lara, Iko Carreira, Carlos Rocha, Ludy, Pedro Tonha, Jacob Caetano, João Van-Dunem e Aristides Van-Dunem (do comité central), comandante Bolingo, Rui Sá e Francisco Paiva (comissários políticos).
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