O furriel miliciano Viegas, da CCS, na entrada da vila do Quitexe, em imagem de 24 de Setembro de 2019, aquando da sua passagem pelas terras da jornada africana dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 |
A apresentação não foi surpresa de maior para a guarnição (e muito menos para os oficiais do Comando do BCAV.) e foi feita por volta das 17,30 horas da tarde, já com a noite angolana a entrar.
«Contactaram, neste Comando, o Comandante do BCAV. e a autoridade administrativa local, com vista ao esclarecimento de actividades na Serra do Quibinda», reporta o livro «História da Unidade», precisando que os apresentados, e quanto a tais actividades, «julgavam ser das NT mas que facilmente se concluíram ser de elementos estranhos, que procuram, certamente, criar um clima de desconfiança local, entre a FNLA e as NT».
Rádio dos mercenários,
O Tribunal Militar do Uíge, que foi sede da Zona Militar Norte (ZMN) e Comando do Sector do Uíge (CSU) |
Rádio dos mercenários,
a FNLA, em Carmona !
A 29 de Outubro de 1975, há 45 anos, a informação não era tão rápida, como hoje, e a leitura dos jornais vespertinos era a melhor forma de ter alguma actualização sobre o que se passava em Angola.
A 29 de Outubro de 1975, há 45 anos, a informação não era tão rápida, como hoje, e a leitura dos jornais vespertinos era a melhor forma de ter alguma actualização sobre o que se passava em Angola.
Aparecerem, finalmente, notícias de Carmona:
«A rádio dos mercenários, localizada em Carmona, capital da província do Uíge, para esconder as pesada derrotas sofridas na frente do Caxito, anuncia que os mercenários retiraram porque tinham de poupar o povo, que já não tinha comida em Luanda, nem água».
«A rádio dos mercenários, localizada em Carmona, capital da província do Uíge, para esconder as pesada derrotas sofridas na frente do Caxito, anuncia que os mercenários retiraram porque tinham de poupar o povo, que já não tinha comida em Luanda, nem água».
Por mercenários entenda-se, na linguagem do MPLA, as forças da FNLA e quem a apoiava.
«Foi a UPA/FNLA que enviou água para Luanda, em aviões da Cruz Vermelha, para que o povo não morresse de sede», escrevia do Diário de Lisboa, por despacho do Diário de Luanda, dando voz à rádio que emitia a partir de Carmona.
«Foi a UPA/FNLA que enviou água para Luanda, em aviões da Cruz Vermelha, para que o povo não morresse de sede», escrevia do Diário de Lisboa, por despacho do Diário de Luanda, dando voz à rádio que emitia a partir de Carmona.
Ao tempo, estava-se a 13/14 dias da independência e não havia forma de achar notícias de Carmona. Apareceram na edição do Diário de Lisboa desse dia.
«Na Frente Norte, há a registar o recuo da formas mercenárias do ELNA e zona de confrontações no triângulo Barra do Dande-Caxito-Libongos. Dada a contra-ofensiva desencadeada pela forças populares, as forças mercenárias abandonaram as suas posições naquela zona, tendo-se retirado para posições próxima do Ambrizete. Inclusive, as forças que possuíam no Ambriz foram igualmente concentradas naquela região», reportava o jornal, comummente conhecido como afecto às posições do MPLA.
Esta retirada, porém, poderia significar «o reagrupamento de efectivos», dado que, e continuo a citar o DL, «as forças mercenárias sofreram pesadas perdas em homens e material de guerra». Ontem mesmo, adiantava o jornal, «após violentos combates na 1ª. Região Militar (do MPLA), as forças mercenárias deixaram no terreno dois blindados zairenses e os seus ocupantes».
As linhas de confrontação situavam-se na zona de Santa Eulália e havia já, notava o DL, «unidades das forças regulares localizadas em Camabatela» - que fica(va) muito perto do Quitexe.
Esta retirada, porém, poderia significar «o reagrupamento de efectivos», dado que, e continuo a citar o DL, «as forças mercenárias sofreram pesadas perdas em homens e material de guerra». Ontem mesmo, adiantava o jornal, «após violentos combates na 1ª. Região Militar (do MPLA), as forças mercenárias deixaram no terreno dois blindados zairenses e os seus ocupantes».
As linhas de confrontação situavam-se na zona de Santa Eulália e havia já, notava o DL, «unidades das forças regulares localizadas em Camabatela» - que fica(va) muito perto do Quitexe.
Carneiro de Zalala, 68
anos na Póvoa do Lanhoso!
O soldado Horácio do Sacramento Lopes Carneiro, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 68 anos a 30 de Outubro de 2020.
Integrou o 2º. Grupo de Combate, comandado pelo alferes miliciano Carlos Sampaio (e com os furriéis Plácido Queirós, Eusébio Martins e Mota Viana - depois João Rito) e é natural de Pousadela, lugar da freguesia de Monsul, na Póvoa do Lanhoso. Lá regressou no dia 9 de Setembro e seguiu vida como emigrante, por terras da Suíça.
Agora já aposentado, mora na sua terra natal e e para lá, e para ele, vão os nossos parabéns!
Sem comentários:
Enviar um comentário