O 1º. sargento José Claudino Luzia, da CCS dos Cavaleiros
do Norte do BCAV. 8423, no bar do Quitexe, ladeado pelos
furriéis milicianos José Monteiro (à esquerda) e Viegas
Os furriéis milicianos Letras e Mourato |
A muito, mas mesmo muito desejada «operação de retracção do dispositivo militar» era cada vez mais expectada, principalmente «operada face ao cessar fogo anunciado pelos três partidos emancipalistas de Angola» - a FNLA (que, principalmente, operava na ZA dos Cavaleiros do Norte e Norte de Angola), o MPLA e a UNITA.
A formação de um Governo de Transição, ao mesmo tempo, parecia iminente e era essa a manifesta vontade dos três movimentos. Agostinho Neto, presidente do MPLA, anunciava isso mesmo, em Kinshasa, e já para Novembro, assumindo «formar uma frente unida com a FNLA» - rejeitando ambos ligações com a UNITA, movimento que «não é reconhecido pela OUA».
Ao mesmo tempo, Daniel Chipenda, líder de uma das facções dissidentes do MPLA, afirmava em Kinshasa que «o dr. Agostinho Neto não tem representatividade para concluir um acordo de cessar-fogo com as autoridades portuguesas». Mas o Daily News, órgão do Governo da Tanzânia, escrevia que Daniel Chipenda era «um homem traiçoeiro e ambicioso, que há muito que deveria ter sido expulso do MPLA, que procura impedir a maré de libertação que está a subir cada vez mais em Angola». Acrescentava que «já há muito deveria ter sido expulso do MPLA, não fossem as qualidades de moderação do dr. Agostinho Neto».
Um ano depois, o dia da independência estava cada vez mais à porta e, no plano político-militar, a situação angolana não registou «alterações assinaláveis nas frentes Sul e Norte, nas últimas 24 horas».
Há 46 anos, expectava-se a formação de um Governo de Transição de Angola. A notícia é da 1ª. página do Diário de Lisboa de 31 de Outubro de 1974 |
ELP e África do Sul,
«fantoches» de FNLA e UNITA
Um ano depois, o dia da independência estava cada vez mais à porta e, no plano político-militar, a situação angolana não registou «alterações assinaláveis nas frentes Sul e Norte, nas últimas 24 horas».
A Sul, Moçâmedes e Sá da Bandeira, todavia, «continua(va)m ocupadas» e a situação, segundo o Diário de Luanda, «mantém-se grave».
«As forças das FAPLA continuam a desenvolver acções do tipo guerrilha contra o inimigo, registando-se ampla participação da população local», noticiava o DL, acrescentando que «as forças do ELP e da África do Sul, constituindo uma ponta de lança dos fantoches da FNLA e da UNITA, parecem tentar um avanço sobre o Lobito, dividindo-se em duas colunas: uma localizada na estrada marginal e outra deslocando-se pelo interior».
Assim ia Angola, há justamente 45 anos, em vésperas da anunciada independência de 11 de Novembro de 1975!
«As forças das FAPLA continuam a desenvolver acções do tipo guerrilha contra o inimigo, registando-se ampla participação da população local», noticiava o DL, acrescentando que «as forças do ELP e da África do Sul, constituindo uma ponta de lança dos fantoches da FNLA e da UNITA, parecem tentar um avanço sobre o Lobito, dividindo-se em duas colunas: uma localizada na estrada marginal e outra deslocando-se pelo interior».
Assim ia Angola, há justamente 45 anos, em vésperas da anunciada independência de 11 de Novembro de 1975!
Furriéis Letras, Mourato
e Freitas Ferreira
Os furriéis milicianos Letras, Mourato (foto em cima) e Freitas Ferreira deixaram Aldeia Viçosa por razões diferentes, a 31 de Agosto de 1974 e os três para Luanda.
O Letras e o Mourato ficaram «a aguardar transporte para a Metrópole», onde vinham gozar «a sua licença disciplinar».
O Freitas Ferreira por ter sido colocado na 1ª. Repartição do Quartel General, por «ter sido julgado para os SAE e por tal reclassificado com a especialidade de amanuense», depois do acidente que teve no Piri , a 1 de Julho de 1974.
Adélio, o PM de Zalala,
68 anos em Alcobaça !
O soldado Adélio, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, está em festa no 31 de Outubro de hoje, ano de 2020: comemora 68 anos
Adélio Jacinto Coelho da Silva era atirador de Cavalaria e conhecido por PM, natural e residia em Pataias, no concelho de Alcobaça, onde nasceu a 31 de Outubro de 1952.
Lá regressou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão em Angola e dele nada mais sabemos, mas saudamos o dia com abraço de parabéns!
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