Almeida e Brito e José Manuel Cruz |
Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, todos milicianos. De pé, furriéis Melo, Matos e Soa- res com o alferes Carvalho. Em baixo, os furriéis Abel Mourato e Rafael Ramalho e o alferes João Machado |
Os Cavaleiros do Norte do Batalhão de Cavalaria 8423, comandados pelo tenente-coronel Almeida e Brito receberam, há 46 anos, por Novembro de 1974, dois reforços: o furriel miliciano Mário J. R. Soares e o soldado cozinheiro Carlos J. F. Gomes.
Mário Soares era atirador de Cavalaria e foi reforçar a guarnição de Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423. Carlos Gomes era cozinheiro e apresentou-se na CCS do Quitexe, substituindo Antero Baião que, por doença, regressou a Portugal e a sua terra de Mora.
Um ano depois MPLA anunciou, a 5 de Novembro de 1975, hoje se fazem 45 anos, que iria «declarar unilateralmente a independência de Angola às zero horas do dia 11, se até lá Portugal não alterar a
Mário Soares era atirador de Cavalaria e foi reforçar a guarnição de Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423. Carlos Gomes era cozinheiro e apresentou-se na CCS do Quitexe, substituindo Antero Baião que, por doença, regressou a Portugal e a sua terra de Mora.
Um ano depois MPLA anunciou, a 5 de Novembro de 1975, hoje se fazem 45 anos, que iria «declarar unilateralmente a independência de Angola às zero horas do dia 11, se até lá Portugal não alterar a
A 1ª. página do Diário de Lisboa de 5 de Novembro de 1975, com caixa alta» para a independência de Angola, daí a 6 dias |
sua posição face à FNLA e à UNITA».
Um problema africano,
exige uma solução africana
A notícia foi publicada na primeira página do Diário de Lisboa - e certamente em outros jornais, rádios e televisões, em serviço do Diário de Luanda e das agências Reuters, France Press e ANOP. Queria o movimento de Agostinho Neto ser reconhecido pelo Governo Português como «o único legítimo representante do povo angolano e transferindo para ele todos os poderes».
A independência estava a apenas 6 dias e «intensifica(va)m-se os movimentos com vista a encontrar uma plataforma de última da hora para o conflito angolano». Decorria a Conferência de Kampala (com MPLA, FNLA, UNITA e Portugal) e, em Mogadíscio, o presidente Siade Barre propôs uma outra cimeira: «Uma vez que a crise angolana é essencialmente um problema africano, exige uma solução africana».
A situação militar interna «sofreu algumas alterações nas últimas 24 horas». A mais importante, segundo o DL, «é o avanço das forças mercenárias invasoras do Exército regular sul-africano e do ELP, que entraram na província de Benguela, via Sá da Bandeira, através de Quilengues», com «grande resistência das forças populares».
A independência estava a apenas 6 dias e «intensifica(va)m-se os movimentos com vista a encontrar uma plataforma de última da hora para o conflito angolano». Decorria a Conferência de Kampala (com MPLA, FNLA, UNITA e Portugal) e, em Mogadíscio, o presidente Siade Barre propôs uma outra cimeira: «Uma vez que a crise angolana é essencialmente um problema africano, exige uma solução africana».
A situação militar interna «sofreu algumas alterações nas últimas 24 horas». A mais importante, segundo o DL, «é o avanço das forças mercenárias invasoras do Exército regular sul-africano e do ELP, que entraram na província de Benguela, via Sá da Bandeira, através de Quilengues», com «grande resistência das forças populares».
Os combates prosseguiram até ao rio Coporolo, a 100 quilómetros de Benguela, tendo os «invasores» 1500 homens, «apoiados por helicópteros estacionados em Sá da Bandeira». As chamadas forças invasoras incluíam, segundo o MPLA, «os lacaios da UPA/FNLA e da UNITA».
A parada do BC12, em 1975 e com refugiados de Carmona |
Flagelações em Santa
Eulália e silêncio do Uíge
A Frente Norte continuava inalterável, «havendo a registar, no entanto, algumas acções de flagelação por parte do exército invasor, na região de Santa Eulália».
Do Uíge, de Carmona, do Quitexe, de Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange (sem esquecer Santa Isabel, Zalala e Liberato), do Songo e do Negage é que nada se sabia. Apenas que era o «terreno» da FNLA.
A Frente Norte continuava inalterável, «havendo a registar, no entanto, algumas acções de flagelação por parte do exército invasor, na região de Santa Eulália».
Do Uíge, de Carmona, do Quitexe, de Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange (sem esquecer Santa Isabel, Zalala e Liberato), do Songo e do Negage é que nada se sabia. Apenas que era o «terreno» da FNLA.
Chãos por onde jornadearam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, por 1974 e 1975!
Sem comentários:
Enviar um comentário