O Quitexe a 24 de Setembro de 2019: as bombas de gasolina e o Clube, na Estrada do Café |
A 20 de Novembro de 1974, já lá vão 4 anos..., andava eu a ponderar sobre os meus então viçosos quase 22 anos, que faria no dia seguinte. Tivemos uma escolta a uma fazenda, comemos lá peixe seco - o que, se me lembro bem, era uma estreia gastronómica para mim!!!... -, e não gostei!!! E voltámos à nobre vila quitexana, onde aquartelávamos e nos esperava o banho da praxe - para limpar
A parada do BCAV. 8423, no Quitexe, a 24 de Setembro de 2019. Os pavilhões, na antiga parada, são escolas |
Hoje, vejam la, estou na véspera de fazer 68!
Agora, que os re(re)li, deixei-me emocionar pelo aerograma do Alberto Ferreira, o meu amigo cabo especialista da Força Aérea, que estava na Base Aérea de Luanda.
Agora, que os re(re)li, deixei-me emocionar pelo aerograma do Alberto Ferreira, o meu amigo cabo especialista da Força Aérea, que estava na Base Aérea de Luanda.
«Estás aí para o norte e certamente com mais sossego que nesta m... de cidade, onde há porrada todos os dias. Nós agora é que estamos na guerra (...). Espero que sobrevivas a esse tédio e festejes os teus 22 anos com a alegria que todos merecemos, pois andamos por cá a dar o lombo ao manifesto, sem saber para quê. Grande abraço, pá!, não te esqueças de uma wiskada por mim».
O Alberto, com quem dividi bancos de escola (em Águeda) e noitadas de Luanda, por sítios de prazer, de cio e de gosto, foi um amigo de sempre, licenciou-se em economia, foi vereador e candidato a presidente da Câmara de Águeda e faleceu, de doença, há quase 13 anos.
O Alberto, com quem dividi bancos de escola (em Águeda) e noitadas de Luanda, por sítios de prazer, de cio e de gosto, foi um amigo de sempre, licenciou-se em economia, foi vereador e candidato a presidente da Câmara de Águeda e faleceu, de doença, há quase 13 anos.
O destino fez com que tivesse sido dos últimos amigos a falar com dele, dias antes do seu triste passamento.
«Acabei, pá!!!...», disse-me, sem um qualquer nó de garganta, sentindo-se próximo do seu fim, mas sereno e corajoso.
Andava pelo Minho, a despedir-se da vida - assim me disse, sem amargura, ou um lamento, sem quaisquer lutos de alma.
Andava pelo Minho, a despedir-se da vida - assim me disse, sem amargura, ou um lamento, sem quaisquer lutos de alma.
Luanda com patrulhamentos
nos bairros suburbanos !
Luanda, ao tempo, fervilhava em problemas de segurança, com muita gente civil armada, não se sabia (???) como nem por quem.
A imprensa de 20 de Novembro de 1974, há 40 anos!!!, ufff!!!!... -, dava conta que «as Forças Armadas Portuguesas e as milícias populares do MPLA continuam a patrulhar os bairros suburbanos da capital angolana, assegurando o rápido reestabelecimento da ordem». Não sei se seriam bem assim. Na véspera, tinham sido presos três homens que «em nome do MPLA, saqueavam um estabelecimento comercial». Confessariam, noticiava o Diário de Lisboa, que cito, «serem provocadores a soldo da reação».
O MPLA não dizia quem seria tal reação, mas o jornal deixava entender «estarem ligados a outro movimento de libertação». Qual? Diria eu que a FNLA. A UNITA pouco aparecia, por esse tempo.
Havia problemas em Cabinda, onde a FLEC reinvindicava a independência do enclave e, pelo MPLA, era acusada de ser «um bando de fantoches a soldo do imperialismo, como apoio de um país vizinho», referindo-se ao Zaire de Mobutu.
Mais a sul, no planalto central do Huambo, em Nova Lisboa, a PSP deteve 7 cidadãos brancos e apreendeu-lhes um Land Rover. Os presos foram transferidos para a Casa de Reclusão de Luanda.
Havia problemas em Cabinda, onde a FLEC reinvindicava a independência do enclave e, pelo MPLA, era acusada de ser «um bando de fantoches a soldo do imperialismo, como apoio de um país vizinho», referindo-se ao Zaire de Mobutu.
Mais a sul, no planalto central do Huambo, em Nova Lisboa, a PSP deteve 7 cidadãos brancos e apreendeu-lhes um Land Rover. Os presos foram transferidos para a Casa de Reclusão de Luanda.
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