CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 28 de julho de 2023

7 245 - Tensão em Carmona e todo o Uíge! Cavaleiros do Norte a preparar rotação para Luanda!

O tenente coronel Gilberto Santos e Castro, oficial português que apoiou e comandou tropas da FNLA e
Holden Roberto, presidente da mesma FNLA,  no Ambriz e a 25 de Outubro do ano de 1975

O furriel Viegas e o capitão
Domingues, do QG da Região
Militar de Angola

A segunda-feira do dia 28 de Julho de 1975, há 48 anos e lá pelas terras uíjanas, foi tempo de se saber que o tenente-coronel Santos e Castro era o ex-oficial português que, no Caxito, comandava as tropas da FNLA - que dali tinham expulsado o MPLA, após «duros e violentos combates».
Gilberto Manuel dos Santos e Castro era prestigiado oficial português e tinha sido comandante da 1ª. Companhia de Comandos formada em Angola. 
Natural do Lobito, em Angola, onde nasceu a 7 de Junho de 1928, fez carreira militar na Arma de Artilharia e faleceu a 20 de Abril de 1996, aos 68 anos e na sua residência de Oeiras. 
Foi oficial distinto, brilhante e muito respeitado pelos camaradas de armas. Português e angolano, tinha grande desconfiança dos políticos e,  depois do 25 de Abril, quando se demitiu das Forças Armadas e optou por combater em Angola contra os movimentos de libertação, dizia que «se os bravos de todos os lados se sentassem à mesa teriam resolvido a situação de outra maneira». 
Era irmão do engº. Fernando Santos e Castro, que tinha sido Governador Geral de Angola, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e deputado nacional, antes do 25 de Abril. E tio de José Ribeiro e Castro, político da actualidade portuguesa, ligado ao CDS e que já foi deputado europeu.
A situação no Caxito, cidade próxima de Luanda e na Estrada do Café (até Carmona) estava «estacionária, com alguns blindados da FNLA a ocuparem a localidade desde há alguns dias», mas sem conseguirem avançar sobre Luanda. O MPLA, noticiava o «Diário de Lisboa», «fez um cerco às forças da FNLA e começou a sabotar as pontes».
Cavaleiros do Norte do PELREC: Marcos,
Madaleno, Pinto (1º. cabo) e Ferreira  
 

Carmona a preparar a
rotação para Luanda !

A cidade de Carmona e o Uíge, por esse tempo, continuavam aparentemente calma mas... tensos!, nomeadamente devido às cada vez mais delicadas relações da tropa portuguesa com a FNLA. Por acréscimo, eram crescentesn graduais e levedadas as  críticas da comunidade civil quanto à acção dos Cavaleiros do Norte que, a todo o custo, procuravam «evitar males futuros». 
Mesmo asperamente maltratados e, dia a dia, muito insultados nas ruas e espaços públicos da cidade - cafés, restaurantes, esplanadas e cinemas. A fazer doer a alma daqueles que, na imberbidade dos seus 22 para 23 anos, ali estavam dispostos a tudo,  para defender pessoas e bens, até a dar vida por terceiros!
A 28 de Julho de há 46 anos, de novo o Comando do BCAV. 8423 reuniu com «elementos do Quartel General da Região Militar de Angola», para preparar a operação de retirada de Carmona para Luanda. O mesmo acontecera a 23 e repetiu-se a 29. O objectivo essencial era «obter os meios necessários à execução de tal operação» e um dos elemento do QG era o capitão Domingues - que eu conhecera da sua relação familiar (primo) com Fátima Resende, ao tempo esposa de José Bernardino Resende, conterrâneo e amigo.

Raúl Corte Real, capitão miliciano
e comandante da CCÇ. 4145,
a de Vista Alegre

A CCAÇ. 4145 e
a 1ª. CART. 6322!


O comandante Almeida e Brito deslocou-se, precisamente um ano  antes, a Vista Alegre, para «contacto operacional» com a ali aquartelada CCAÇ. 4145.
Esta subunidade do BCAV. 8423 era comandada pelo capitão miliciano Raúl Corte Real e o quadro de oficiais incluía os também milicianos alferes Adão Moreira (que substituiu Dias, despromovido a furriel), Rosa, Fonseca e Aguiar.
Ainda neste mesmo dia de há 49 anos, registou-se «a retirada do  Subsector», da 1ª. CART do BART. 6322, que «trabalhava na área dos «quartéis» de Camabatela e Quiculungo» - a ZA do BCAV. 8423. Os artilheiros da 1ª. CART. 6322, recordemos, faziam parte do Comando Operacional de Tropas de Intervenção 2 (COTI 2) e estava, há 49 anos e desde 18 de Julho anterior, sob dependência operacional do BCAV. 8423.

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