O tenente João Mora, que amanhã faria 97 anos. Aqui, no Quitexe e em 1974/75 com os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro e 1º. cabo Miguel Teixeira, em frente à secretaria da CCS do BCAV. 8423 |
Cavaleiros do Norte de Zalala: 1º. cabo Hélio Rocha (TRMS), alferes Lains dos Santos e os furriéis Plácido Queirós e Américo Rodrigues (já falecido a30/08/2018), todos milicianos da 1ª. CCAV. 8423 |
Aos dias 29 de Julho de 1975, já lá vão 48 anos..., realizou-se nova «reunião de trabalho com elementos do Quartel General da Região Militar de Angola» para preparar a operação de retirada dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, de Carmona (Uíge) para Luanda.
A imprensa do dia noticiava que «a situação militar não evoluiu nada». A FNLA continuava no Caxito, mas alegadamente com esta localidade cercada por forças do
Francisco Madaleno, atirador de Cavalaria do PELREC e um GE do Quitexe |
Malanje era cidade onde «os combates recomeçaram ao fim da tarde de ontem, com particular violência» e dois aviões portugueses, com reabastecimentos para a população, «foram atingidos pelo fogo cruzado» do MPLA e da FNLA, «tendo ficado feridos dois tripulantes». Daqui e escoltadas por forças militares portuguesas, iriam ser «evacuadas 700 pessoas que se tinham refugiado o quartel português».
Fome desesperada e
Notícia do Diário de Lisboa de 29 de Julho de 1975 |
Fome desesperada e
mais de 300 mortes nas
zonas da FNLA !
A norte, para as bandas dos Cavaleiros do Norte, «as estradas de acesso ao Uíge, dominado pela FNLA, estavam bloqueadas pelas forças do MPLA».
Os abastecimentos de urgência, por isso mesmo, tinham de ser feitos por via aérea. As organizações de assistência do Governo e os missionários «apenas podiam dar aos refugiados um pedaço de terra e sementes».
A situação era tanto mais dramática quanto tinham chegado 300 000 (!?) refu-
giados angolanos do Zaire. «A escassez de alimentação tornou-se desesperada», relatava o Diário de Lisboa, citando, também, «os refugiados que con-
tinuavam a afluir de Luanda, onde mais de 300 pessoas foram mortas nos combates entre as forças do MPLA e da FNLA».
O vespertino da capital portuguesa acrescentava que «40 pessoas morrem diariamente de fome, no distrito do Uíge».
Tenente João Mora, em 1974 e no Quitexe |
Tenente João Mora
faria 97 anos !
O tenente João Mora faria 97 anos a 30 de Julho de 2021, amanhã. Faleceu aos 77, a 21 de Abril de 2003.
João Eloy Borges da Cunha Mora foi 2º. comandante da CCS do BCAV. 8423, a subunidade do Quitexe, adjunto do capitão António Martins de Oliveira, e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975.
Era o tenente Palinhas, assim popularizado entre a guarnição, por sempre exigir e ele memso bater palada - o cupromento militar. Era casado com uma senhora de origem indiana - que o acompanhou na jornada africana da Angola. Natural de Pombal, continuou a sua carreira militar, fixando residência em Lisboa (à Lapa), onde faleceu, vítima de doença.
Hoje, o recordamos com saudade. RIP!!!
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