O BC12, último aquartelamento do BCAV. 8423 e das Forças Armadas de Portugal na cidade de Carmona. Imagem de 25/09/2019, quando lá passou o furriel Viegas |
O capitão José Manuel Cruz e esposa, o comandante Almeida e Brito e o capitão José P. Falcão em Águeda, a 09/09/1995, 20 anos depois da chegada de Angola |
A 30 de Julho, e no âmbito dessa preparação, os furriéis milicianos da CCS, nesta altura, já tinham saído da messe do Bairro Montanha Pinto e estavam alojados no edifício residencial limítrofe ao BC12, na estrada para Carmona. Dali, já só saíram no domingo seguinte, para o aeroporto e em voo para Luanda
FNLA disposta a
avançar sobre Luanda
Ao tempo, nessa quarta-feira de Julho de 1975, o presidente Holden Roberto (da FNLA) falando no Ambriz, garantia que «o assalto contra a capital angolana deverá verificar-se nos próximos dias». As forças do movimento (o ELNA) estavam no Caxito e calculava-se que seriam formadas por 8000 homens.
«Procedem neste momento a uma pausa, a um reagrupamento, à instalação de um dispositivo de ataque que deverá levá-los a Luanda», referia um fonte do seu Estado Maior, citada pelo Diário de Lisboa.
As FAPLA, do MPLA, essas «já tinham mostrado a sua capacidade e combatividade (em confrontos anteriores) e contavam também com a população armada», que, segundo certos meios, «deverá opor uma grade resistência», tendo como pontos fortes o Quifandongo e Cacuaco - para além de terem um maior conhecimento do terreno.
«A atmosfera continua pesada em Luanda, cidade em que os portugueses estão agora a abandonar ao ritmo de 3000 pessoas por dia», noticiava o Diário de Lisboa. No entanto, «não se têm registado incidentes», continuando a FNLA «a resistir no Forte de S. Pedro da Barra», ao redor do qual os ELNA´s «colocaram minas, para evitar o avanço das FAPLA».
Notícias de Angola, a 31 de Julho de 1975, no Diário de Lisboa |
quartel de Malanje !
A comunidade civil Carmona, actial cidade do Uíge, foi tendo conhecimento da saída da tropa portuguesa e movimentou-se no sentido de poder integrar a anunciada coluna militar.
Sem, porém, se registarem incidentes especiais.
Novo Redondo, no Quanza Sul, porém, foi cenário de «graves recontros» entre FNLA e MPLA, na sequência dos quais «dois sargentos e 15 soldados do ELNA se entregaram às FAPLA, também se teriam registado combates no Lobito, mas desconhecia-se o número vítimas».
Em Luanda e na véspera, realizaram-se os funerais dos guerrilheiros do MPLA que foram vítimas do confronto com tropas portuguesas, no Bairro Maria Alice. Tinham atacado as NT pelas costas. Em Malanje, relatava o Diário de Lisboa que «se refugiaram 6000 pessoas no quartel da Forças Armadas Portuguesas».
Emblema da 2ª. CCAV. 8423, de Aldeia Viçosa |
faleceu há 17 anos !
O 1º. cabo Salcedas, combatente da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, faleceu a 31 de Julho de 2006, aos 54 anos de vida!
João Duarte Salcedas, de seu nome completo, foi atirador de Cavalaria de especialidade militar e natural de Sítio do Lameiro da Moita, povoação da freguesia de Aldeia do Carvalho, na Covilhã. Lá regressou a 10 de Setembro de 1975, depois de concluir a sua missão militar em Angola e nos Cavaleiros do Norte comandados pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. Que, além da vila de Aldeia Viçosa, também passou pela cidade de Carmona.
Desconhecemos a origem da sua morte, ou quaisquer outros factos da sua vida pessoal, mas hoje e em sua memória, aqui o recordamos com saudade. RIP!
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