Luanda à noite, em foto de Jorge Oliveira (1974). Notícia do Diário de Lisboa, sobre a Luanda de 8 de Agosto de 1975
A 7 de Agosto de 1975, forças do MPLA expulsaram 300 militantes da FNLA de Luanda. «Foram neutralizados e evacuados», noticiava a Reuter, citando Iko Carreira, membro da Junta Política do movimento liderado por Agostinho Neto.
Os «fnla´s», segundo Iko Careira, que falava em Brazaville, «tinham sido introduzidos na capital angolana com o objectivo de ocuparem o poder, pela força, iniciando essa operação com o domínio de pontos estratégicos». Mas, sublinhava o dirigente do MPLA, «a tomada eventual da capital, por soldados da FNLA, como anuncia determinada imprensa, não se registará, porque nós vamos opor ao invasor a resistência popular generalizada».
Era nesta Luanda que os Cavaleiros do Norte faziam o seu dia-a-dia, restringidos ao espaço que fora do Batalhão de Intendência, no Grafanil, vindos do ferro e fogo de Carmona e do Uíge. Uíge e Zaire, províncias do norte de Angola, que, disse Iko Carreira na mesma conferência de imprensa em Brazaville, «foram invadidas por forças da FNLA».
Por mim, nos tempos livres das obrigações militares, folgava e procurava familiares e amigos na imensa capital angolana. Ora nas suas residências, ora no aeroporto - quando nelas não os encontrava. Desses (não) achamentos ia dando conta, por aerograma, a minha mãe - que fazia de intermediária dos familiares que, em Portugal, deles queriam notícias. Não eram fáceis as comunicações daquele tempo. Nada que tenha a ver com o que hoje é instantâneo, desde que tenhamos um telemóvel na mão.
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