Base aérea do Negage, no tempo da presença
portuguesa (em cima). Capa do Diário de Lisboa (em baixo)
portuguesa (em cima). Capa do Diário de Lisboa (em baixo)
Agosto de 1975, dia 16. Luanda ferve de boatos e, sabe-se lá com que fundamento, vai correndo a notícia de que a FNLA prepara um ataque à cidade, a partir do norte, de Carmona (de onde dias antes tinham saído os Cavaleiros do 8423) e da base aérea do Negage.
O Diário de Lisboa chama a operação ao alto da sua primeira página e dá conta que «diversas fontes assinalam já há alguns dias, a presença de aeronaves estrangeiras fazendo escala» onde existia a base aérea portuguesa, «a qual foi recentemente abandonadas, após a retirada das FAP daquela região». E contava, ainda segundo o DL, que entre os aviões que escala(va)m o Negage, encontrar-se-iam alguns Skymaster, que «estariam a proceder ao transporte de material de guerra para a FNLA», dando-se igualmente como «certa a presença, também, de caças-bombardeiros, naquele aeroporto».
Os observadores «mais alarmistas» previam mesmo «um iminente ataque a Luanda ou, pelo menos, o apoio aéreo a uma possível tentativa para fazer avançar, a partir do Caxito, as forças da FNLA que ali se encontram numa situação de impasse, há mais de um mês».
Agostinho Neto, em Luanda, confirmava a possibilidade de o MPLA declarar unilateralmente a independência e o seu bureau político reagiu à decisão de o alto comissário interino continuar no governo - abandonado pelos ministros da FNLA e da UNITA. De Lisboa chegava o Comandante Contreiras, do Conselho da Revolução, aparentemente, para conversações com os órgãos responsáveis». Outros rumores chegavam de Lisboa, como o do Alto comissário Silva Cardoso não voltar a Luanda e, cito do DL, «até de certos postos de comando militar virem a ser substituídos».
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