Presidentes Holden Roberto (FNLA), Agostinho Neto (MPLA) e Jonas
Savimbi (UNITA). Vasco Vieira de Almeida, ministro do Governo de Transição (em baixo)
As violentas confrontações de sábado anterior (dia 9), por detrás do Palácio do Governo - perto do seu gabinete, mas sem o atingir -, levaram à evacuação dos soldados da FNLA e especulava-se, ao tempo, sobre a possibilidade de as autoridades portuguesas tentarem retirar da capital as tropas dos três movimentos e declararem Luanda como zona desmilitarizada - numa altura em que o MPLA quase por completo dominava a cidade e, citando a France Press, o presidente Agostinho Neto, admitia a declaração unilateral da independência antes de 11 de Novembro - a data prevista pelo acordo do Alvor.
«Nunca se sabe, é uma hipótese. Tudo depende do comportamento das forças em presença», disse Agostinho Neto. Isto, enquanto o presidente Holden Roberto (FNLA) procura encontrar-se com Valery Giscard D´Estaing (presidente francês, no Zaire mas sem tal conseguir) e Jonas Savimbi viajava para a Tanzânia, para conversações com o presidente Julius Nyeirere.
Os Cavaleiros do Norte, no CampoMiliatr do Grafanil, faziam serviços de rotina e, cada qual como podia, «espraiava-se» por Luanda, buscando os prazeres da idade pela baixa, pelos restaurantes e bares e casas de diversão, praia e outros lugares de prazer da capital.
Luanda, aonde chegavam milhares e milhares de pessoas em trânsito para Lisboa, na célebre ponte aérea, estava, entretanto ameaçada por outra guerra: a da fome. «Paira sobre Luanda o espectro da fome. Começam a rarear os combustíveis e a comida e não tem chegado reabastecimentos», noticiava o Diário de Lisboa, em despacho da capital de Angola.
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