Futebol no Quitexe, equipa da CCS: Grácio, Zé Gomes, Miguel Teixeira, Jorge
Botelho (Cubilhas), Miguel Santos (paraquedista), Américo Gaiteiro e Fernando
Soares (em cima), Miguel (condutor?), Luís Mosteias, António Lopes (enfermeiro),
NN (?), José Monteiro e Domingos Teixeira (estofador)
Cavaleiros do Norte em Carmona: furriéis milicianos Manuel Machado (Braga), António José Cruz (Lisboa) e Nelson Rocha (Valadares-Gaia). Os três da CCS |
Os primeiros dias de Dezembro de 1974, com várias rotações à vista na ZA dos Cavaleiros do Norte e um carrossel de notícias e dúvidas que ao Quitexe chegavam sobre o processo de descolonização, foram vividos na paz dos anjos(passe o termo) - sem escoltas, sem patrulhas, sem operações militares.
Os grupos de mesclagem, gradualmente e por todo o mês fora, foram passando à situação de licença registada (disponibilidade) e o esforço (de resto aumentado) das tropas metropolitanas acentuou-se, assim, nos serviços de ordem.
Sobrava tempo, mesmo assim, para outras actividades. Já aqui falámos de cinema (entre 4 e 18 de Dezembro), mas o futebol foi outra das atracções do mês. «Realizaram-se desafios entre as subunidades», anotou o Livro da Unidade. E seriam «épicos», pela rivalidade (sã) entre as Companhias dos Cavaleiros do Norte.
O dia 6 de Dezembro de 1974 era sexta-feira e, em Luanda, Lúcio Lara, chefe da Delegação do MPLA, denunciou «a existência de um Movimento Democrático para a Divisão de Angola».
«Descolonização de Angola | Optimismo do MPLA», noticiava o Diário de Lisboa de 6 de Dezembro de 1974. Há 41 anos! |
O dirigente do movimento de Agostinho Neto falava numa conferência de imprensa e nela (citada pelo Diário de Lisboa) referiu o aparecimento de elementos divisionistas, pretensamente pertencentes ao MPLA, apresentando aos jornalistas um indivíduo de nome Ikuma Imuene, que pretendia trabalhar na mobilização de massas na Lunda». Descobriu-se, disse Lúcio Lara, que, afinal, pertencia ao tal Movimento Democrático para a Divisão de Angola.
O MPLA, porém e ao tempo, segundo Lúcio Lara, estava optimista relativamente «a esta fase do processo de descolonização, até à constituição do Governo de Transição», sublinhando que esse estado de espírito se devia «ao facto de a calma estar a regressar ao país».
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