Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, em Zalala: os furriéis milicianos José
António Nascimento (vagomestre, emigrado nos Estados Unidos) e Manuel
Dinis Dias (mecânico, falecido a 20 de Outubro de 2011, de
doença e em Lisboa)
Rosa Coutinho a cumprimentar Jonas Savimbi, na Base Aérea do Luso. À esquerda, de óculos, Agostinho Neto. Entre este e atrás de Rosa Coutinho (farda branca), está Lúcio Lara |
Os uíjanos Cavaleiros do Norte lá andavam nas suas calmas, a galgar os dias quentes de Dezembro de 1974, entre serviços de ordem, fiscalização de itinerários (principalmente na Estrada do Café) e uma ou outra escoltas, nomeadamente em deslocações do comandante interino - o capitão José Paulo Falcão.
O correio da metrópole chegava aos montes, através do SPM e embrulhado em mensagens de Natal: da família, das mulheres, das namoradas, dos amigos, das madrinhas de guerra. Todos, quase todos, a perguntar pela data do regresso. No Portugal metropolitano, levedava a ideia de «nem mais um soldado» para as frentes coloniais, como se por lá - por Angola, por Moçambique, pela Guiné... - não estivessem milhares de homens para render!!!
Ao tempo, na véspera e lá por Angola e na base Aérea do Luso, o Alto Comissário Rosa Coutinho reuniu com os presidentes Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA), primeiro separadamente, depois a três. O comunicado final, lido por Lúcio Lara (chefe da Delegação do MPLA em Luanda), não podia ser mais esperançoso, anunciando ir ser posto «termo às hostilidades e propaganda que dificultem a colaboração franca e sincera entre as duas organizações».
Vista Alegre. Quartel onde. há precisamente 41 anos, estava instalada a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias |
O encontro terminou com uma conferência de imprensa, durante a qual Agostinho Neto disse que ainda não estava marcados a data e o local da cimeira dos três movimentos com o Governo Português, mas que «ela se realizará depois de 27 de Dezembro, em território não português e numa área geográfica já definida pelos três movimentos de libertação».
Sabe-se hoje que, afinal, foi no algarvio Alvor (no Hotel Penina), começando a 10 de Janeiro de 1975 (uma sexta-feira) e terminando apenas a 28, acordando os representantes portugueses e dos três movimentos de libertação (FNLA, MPLA e UNITA) na constituição de um Governo Provisório, chefiado por um Alto-Comissário Português e na data de 11 de Novembro de 1975 como a do dia da proclamação da independência.
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