Futebol, equipa de sapadores do Quitexe: NN, Afonso Henriques,
NN, NN e NN; Em baixo, Amaral, Calçada, Grácio, NN e
Coelho (falecido a 13 de Maio de 2007, vítima de doença)
O sábado de 28 de Dezembro de 1974 não levou novidades especiais ao Uíge angolano, onde os Cavaleiros do Norte cumpriam a sua jornada africana. Chegava correio do «puto» e as informações eram curtas. E as perguntas rodavam todas à volta da data do nosso regresso. Que nós cada vez mais desejávamos, mas de que não sabíamos. Ai se soubéssemos!
Cumpriam-se serviços à ordem», jogava-se futebol entre subunidades, tinha passado um ciclo de cinema e preparava-se a corrida de S. Silvestre, para a qual se adivinha farta concorrência entre os craques da CCS e da 3ª. CCAV. 8423 - ambas aquarteladas na vila quitexana.
Complicadas iam as relações internas do MPLA. Em Paris, e segundo despacho das agências France Press e ANI, o dirigente Luís Azevedo, das relações exteriores da Facção Chipenda, anunciou que esta tendência decidira «expulsar do dr. Agostinho Neto do MPLA» e denunciou os acordos de cooperação assinados dias antes, no Luso, entre este e Jonas Savimbi (UNITA). A situação era confusa, até porque Chipenda tinha sido expulso do MPLA. E, por outro lado, a sua Facção também censurava o papel de Rosa Coutinho na conclusão desse acordo.
Notícia do Diário de Lisboa de 28 de Dezembro de 1974, sobre o diferendo entre Daniel Chipenda e Agostinho Neto, do MPLA, que atingia Rosa Coutinho |
1 - Foi adjudicada a construção do Aeroporto de Catumbela, nesta vila e na foz do rio do mesmo nome, «para servir as cidades de Benguela e Lobito e, em caso de necessidade, ser alternativa ao de Luanda, para os jactos». Adjudicação por 82 000 contos.
2 - O Zaire acusou as autoridades portuguesas de Angola de «tentarem obstar que cerca de 2200 gendarmes catangueses regressem do exílio». Nos primeiros anos da década de 60, tinham fugido do Zaire de Mobutu, refugiando-se em Angola e ingressando nas forças militares portuguesas. «Os delegados da Junta Portuguesa de Angola estão deliberadamente a criar-lhes dificuldades, recorrendo a métodos que de maneira nenhuma diferem dos que (se) praticavam no execrável regime de Salazar», dizia o comunicado oficial do Governo zairense - que tinha anunciado uma amnistia para esses antigos membros da polícia paramilitar do Catanga (a província da secessão).
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