Grupo de furriéis milicianos à porta da (sua) casa, no Quitexe, em 1975: Aldeagas, Cruz (de óculos),
Graciano, Rocha (boina na mão), Letras (?), Monteiro e Carvalho. De lado e à frente, o José Pires, de Bragança
Graciano, Rocha (boina na mão), Letras (?), Monteiro e Carvalho. De lado e à frente, o José Pires, de Bragança
Capa do Diário de Lisboa de 9 de Janeiro de 1975, há 41 anos, sobre a cimeira do Governo Português com o MPLA, a FNLA e a UNITA |
A grande notícia de há 41 anos, no Portugal que (ainda) ia do Minho a Timor, era ser o dia da chegada das delegações do MPLA (liderada por Agostinho Neto), da FNLA (por Holden Roberto) e da UNITA (por Jonas Savimbi) para a Cimeira do Alvor.
«(...) é a consagração de 13 anos de luta armada dos movimentos de libertação de Angola», escrevia o Diário de Lisboa de 9 de Janeiro de 1975 - numa edição que dedicou toda a sua primeira página ( e parte da 19) ao acontecimento, acrescentando, nomeadamente, que (a cimeira) «não resolverá todos os problemas relacionados com a independência de Angola».
O dia já era o de véspera mas ainda nenhuma das três delegações angolanas tinha chegado ao Algarve. O avião da Air Zaire, que transportava a comitiva da FNLA, desde Tunes, tinha sofrido uma avaria (presumia-se) e a chegada das do MPLA e da UNITA estava previstas para a manhã, ou princípio da tarde, ao aeroporto de Faro, mas «a hora incerta».
O Uíge, por onde jornadeava o Batalhão de Cavalaria 8423, só ao outro dia (ou mais) saberia destas diligências e os Cavaleiros do Norte expectavam sobre os efeitos da cimeira: anteciparia o nosso regresso a Portugal? Mal sabíamos que tal apenas aconteceria em Setembro, daí a 8 longos meses. Por lá, continuavam os patrulhamentos, apeados ou auto e por norma ao longo do alcatrão - o mesmo quer dizer, ao longo da estrada do café. Já não se realizavam operações militares nas matas.
O Diário de Lisboa de 9 de Janeiro de 1976, há 40 anos, admitia que Portugal poderia reconhecer o Governo de Luanda - do MPLA |
Um ano depois (há 40!), já na Angola independente, admitia-se que Portugal reconhecesse o Governo de Luanda, liderado (até hoje) pelo MPLA. Portugal, recordemos, não tinha reconhecido a independência de Angola - devido ao contencioso militar entre os três movimentos, que os levou, de resto, a cada qual declarar a independência: o MPLA em Luanda (a República Popular de Angola, a designação que continuou até hoje), a FNLA no Ambriz ( a República Popular e Democrática de Angola), acordada com a UNITA em Nova Lisboa (também República Popular e Democrática de Angola).
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