CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 24 de maio de 2023

7 178 - Polícia Militar (PM) em Carmona para resolver quezílias entre civis e as NT!

Cavaleiros do Norte no jardim das piscina de Carmona, há 48 anos: furriel Nelson Rocha, alferes Pedrosa
de Oliveira (à civil) e furriéis Manuel Machado, José Lino e António José Cruz

O comandante Bundula, da FNLA, e,
da 2ª. CCAV. 8423, o capitão José M.
Cruz e o alferes João Machado

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, há 48 anos e pelas terras uíjana do norte de Angola estavam cada vez mais assoberbados com serviços, patrulhamentos e escoltas, que «esgotavam» a sua capacidade física e mental.
O Uíge era, e citamos o livro «História da Unidade», «uma espécie «ilha no mar da FNLA», com todas as inconvenientes posições» que de tal advém». Evidenciando-se o «famoso» comandante Bundula. E sucediam-se frequentes escaramuças entre elementos dos movimentos de libertação, a que sempre a tropa portuguesa tinha de acorrer.
O Songo, a uns 40 quilómetros de Carmona (agora Uíge), era onde há 48 anos estava a 1ª. CCAV. 8423, a do capitão Castro Dias - ida de Zalala, depois de Vista Alegre e Ponte do Dange.
Os crescentes e multiplicados incidentes de Carmona, por Maio fora, levaram os responsáveis militares a preparar uma nova remodelação no seu dispositivo.
«O galopar desenfreado dos acontecimentos leva a admitir a necessidade de, pelo menos, fazer vir a 1ª. CCAV. para Carmona, abandonando Songo e Cachalonde, porquanto se interpretam como desnecessárias, senão inconvenientes, tais guarnições militares», lê-se no livro «História da Unidade» - o BCAV. 8423.

Viegas, Mosteias e Neto: três dos furriéis
milicianos  da Polícia Militar (PM),em
1975 e da cidade de Carmona

PM nas ruas para
resolver quezílias!


A rotação, porém, só viria a acontecer entre 6 e 12 de Junho seguintes, já depois dos dramáticos incidentes dos primeiros dias do mês, em Carmona - que sucederam aos que, desde há vários meses, se multiplicavam em Luanda e outras cidades de Angola, entre as forças da FNLA e do MPLA.
A cidade de Carmona respirava aparente serenidade, que as NT iam assegurando como gestores das cada vez mais visíveis diferenças entre os militantes e militares locais daqueles dois movimentos. 
E com a comunidade civil. 
O serviço de Polícia Militar (PM), exercido por Cavaleiros o Norte mais operacionais - casos dos furriéis milicianos Neto e Viegas, de Operações Especiais (Rangers), e, popr vezes, do sapador Mosteias, que alternavam 24 horas seguidas a patrulhar a cidade e os seus locais pais frequentados pelas NT... - foram um seguro garante da, e citamos o livro «HdU», da «resolução das muitas quezílias existentes entre a população civil as NT».
E isto, sublinhe-se, «devido a animosidade que aquela tem com estas». Animosidade, insultos e provocações constantes da comunidade civil para com a tropa portuguesa - as NT. 
Carmona, actual cidade do Uíge;: a rua que liga a do
Comércio (do Pinguim) à do Cine Moreno e Rádio Clube
 

A área mais
fulcral do distrito !


A situação, (re)vista 48 anos depois, ainda nos parece uma ilusão e muitas interrogaçoes arrasta. 
Como era possível, a tão reduzida guarnição militar, por exemplo, manter a segurança na cidade - onde se repetiam incidentes entre militantes da FNLA e do MPLA - e nos itinerários de acesso? 
A segirança de pessoas e bens, bem entendido!
Sem dúvida, só com multiplicados esforços e sacrifícios físicos e psicologicos do pessoal - normalmente dia-sim-dia-não de serviço, ora interno (no BC12), ora no exterior, neste caso «mantendo permanentemente o patrulhamento nos centros urbanos e nos itinerários, especialmente em Carmona», considerada, sendo o livro «História da Unidade», como «a área amais fulcral do distrito».
Não faltou determinação e coragem aos Cavaleiros do Norte!
Manuel A. Nunes

A morte do sapador
Nunes, o Amarante!


O soldado Manuel Augusto Nunes, o Amarante, faleceu há exactamente 23 anos, vítima de doença - a 24 de Maio de 2000.
Sapador de infantaria de especialidade militar e popularmente conhecido pelo nome da sua cidade natal (Amarante, era o Amarante...), integrou o Pelotão de Sapadores da CCS dos Cavaleiros do Norte, comandado pelo alferes miliciano Jaime Ribeiro - dele sendo um dos mais irreverentes e contestatários companheiros da nossa jornada africana do Uíge angolano.
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se no lugar de Estradinha, em Telões (Amarante), de onde era natural. Sabemos que se consorciou com uma senhora relativamente mais velha e que não teve filhos. Morreu de doença, aos 48 anos - que tinha feito a 6 de Fevereiro desse mesmo ano.
Recordamo-lo com saudade, fazendo memória deste nosso companheiro da nossa jornada africana de Angola. RIP!!!
José Nunes,
o Valetas


Nunes, o Valetas de Zalala,
faleceu em Castelo Branco!


O soldado José Gonçalves Nunes foi, por terras africanas do nortenho Uíge de Angola, popularizado com um epíteto: era o Valetas.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar e elemento da 1ª. CCAV. 8423, faleceu a 24 de Maio de 2018. Há exactamente 5 anos!
Cavaleiro do Norte de Zalala, e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, integrou o 4º. Grupo de Combate, comandado pelo alferes miliciano Lains dos Santos, e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua natal terra de Lendiscais, freguesia de Castelo Branco, onde nasceu a 10 de Junho de 1952.
A vida levou-o até terras de França, onde muitos anos esteve emigrado, e sabemos que, profissionalmente, foi operador de máquinas, casado e com dois filhos - um casal.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

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