Grupo de Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, na parada do quartel do Quitexe e em Setembro de 1974. Já lá vão há quase, quase... 49 anos! |
Os furriéis milicianos Fernandes e Viegas, na Avenida do Quitexe (Rua de Baixo) em 1975 |
Aos dias 18 de Junho de 1975, há precisamente 48 anos e lá pelo norte angolano do Uíge e muito esquecidos pelas autoridades militares de Luanda, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 continuavam «verdadeiramente imbuídos do sentido de grandeza».
Custasse isso o que custasse. E custou! Custou muito!
A notícia maior chegava de Nairobi, onde os três movimentos de libertação se preparavam para encerrar a cimeira: «O cessar-foi foi ordenado ontem, no seguimento de um pré-acordo preparatório a que haviam chegado ainda na véspera da conferência», noticiava o Diário de Lisboa.
O DL de há 48 anos
O jornal «Diário de Lisboa», vespertino da capital portuguesa, dava, há 48 anos, conta em despacho de Luanda e datado desse dia, do encontro entre os três movimentos de libertação, em Nairobi, que «a cimeira pode terminar ainda hoje», dia 18 de Junho de 1975, com o anúncio do cessar-fogo e também «a declaração da integração, num só Exército, da Forças Armadas dos três movimentos de libertação de Angola».
ao furriel Fernandes !
A história é do Quitexe de 1975, já lá vão 48 anos..., e foi lembrada pelo ex-furriel miliciano António da Costa Fernandes, da 3ª. CCAV. 8423, a de Zalala no encontro da Mealhada, a 2 de Junho de 2018: um banho de mangueira, após uns copos bem bebidos (em excesso) e vómitos na cama.
«Estivemos beber na messe, a beber cervejas atrás de cervejas, tu estavas de serviço e foste fazer a ronda, era para aí meia noite, e quando dei por ela estavas a dar-me banho de mangueira, a lavar-me os vómitos no balneário das casa dos furriéis», lembrou-se o Fernandes, apontando para o Viegas, de sorriso rasgado e felizm acrescentando que «foste o primeiro homem a dar-me banho; e o único..., tal eu estava».
Memória avivada, há mais pormenores da história: o Fernandes cambaleou até ao quarto, sozinho, atirou-se para cima da cama e, aos arranques de garganta, vomitou-a toda. E a ele mesmo. De volta à Casa dos Furriéis, depois da ronda, o Viegas deu com ele naquele estado (e a cama), despiu-o e arrastou-o uns metros, para debaixo do chuveiro. Só que o Fernandes, mal acordado, não se segurava de pé e foi a jacto de água de mangueira que o lavou dos vómitos, foi enxugado e vestido de roupa limpa.
«Eh pá..., até a cama me fizeste, com lençol lavado..., só dei por ela quando acordei...», recordou o Fernandes, entre fartas gargalhadas, repartidas com o Flora, o Ribeiro e o Querido, na mesa do encontro da Mealhada.
O Fernandes entrava de serviço às 8 horas desse dia, de sargento de dia, e foi o Viegas quem, prolongando o seu, com a complacência do oficial de dia, creio que o alferes Jaime Ribeiro, o substituiu pela manhã fora, até que se curou da noite mal dormida - já por depois do almoço.
Noites destas, houve muitas, ou parecidas, pelos saudosos tempos da jornada africana dos Cavaleiros do Norte por terras do Uíge angolano!
A morte do atirador
Manuel Leal do PELREC!
O soldado Manuel Leal da Silva, Cavaleiro do Norte da CCS, faleceu, de doença súbita, a 18 de Junho de 2007. Há precisamente 16 anos!
Atirador de Cavalaria, era um dos poucos militares já casado da Companhia de Comando e Serviços (CCS) do BCAV. 8423 e pai, pai pela segunda vez já no decorrer da jornada africana do Uíge angolano. Foi militar sem medos, disciplinado, bom companheiro e sempre colaborante.
A 18 de Junho de 2007 e na sua casa, sentiu-se mal, avisou a mulher que se ia deitar, descansou e levantou-se pouco depois, por se sentir melhor, aproximou-se da mulher e logo caiu, fulminantemente, já morto. Morava em Caxarias, no concelho de Pombal.
Hoje o recordamos com imensa saudade. RIP!!!
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