O encontro já se tornou tradicional e, neste Junho de 2023 que corre, 4 Cavaleiros do Norte acharam-se não ocasionalmente no Algarve, no O Jacinto - restaurante que é do Jacinto Doogo que foi 1º. cabo escriturário da Zona Militar Norte/Comando do Sector do Uíge e por lá e connosco passou as «passas» do dito nos primeiros 6 dias do mesmo mês mas de... 1975.
Escoltados pelas suas «amazonas», qual delas a mais garbosa dos eus «mais que tudo...», !..., lá se juntaram e comensaram o capitão Castro Dias, que comandou a 1ª. CCAV. 8423 - a da mítica Zalala... -, mais o João Dias, o seu furriel de «patrão» Transmissões, e o Viegas, que pela mesmo jornada africana do nortenho Uíge angolano foi furriel da CCS, a do Quitexe, e especialista de Operações Especiais (os Rangers). Todos milicianos.
Ninguém, Deus nos livre..., por mal quis lembrar outros companheiros, mas, incontornavelmente e com todas as suas virtudes e defeitos, à memória vieram figuras como o comandante Almeida e Brito e o capitão António Oliveira (comandante da CCS) e os 1ºs. sargentos José Claudino Luzia e João Barata (da CCS) e Fialho Panasco (da 1ª. CCAV. 8423).
As memórias da jornada uíjana fluíram sobre os dramáticos acontecimentos dos primeiros dias de Junho de há 48 anos, recordados com emoção e cada vez mais certos do papel determinante dos Cavaleiros do Norte tiveram na salvação de vidas.
No Songo, onde ao tempo estava a 1ª. CCAV. 8423, Castro Dias lembrou os lancinantes pedidos de apoio da comunidade civil - «os pedidos para evacuar feridos, uns atrás de outros, e transportar mortos...» - tal qual em Carmona. Dias trágicos, dias que foram lembrados sem quaisquer constrangimentos, antes com muita, muito viva e muito sentida saudade. Porque, além desses trágicos dias e dos mil perigos corridos, sem medos..., muitas coisas boas nos aconteceram pelo norte de Angola.
No Songo, onde ao tempo estava a 1ª. CCAV. 8423, Castro Dias lembrou os lancinantes pedidos de apoio da comunidade civil - «os pedidos para evacuar feridos, uns atrás de outros, e transportar mortos...» - tal qual em Carmona. Dias trágicos, dias que foram lembrados sem quaisquer constrangimentos, antes com muita, muito viva e muito sentida saudade. Porque, além desses trágicos dias e dos mil perigos corridos, sem medos..., muitas coisas boas nos aconteceram pelo norte de Angola.
Não esquecendo os medos e perigos dos trilhos e picadas das matas por onde se fizeram operações, patrulhamentos e escoltas.
Eugénio Silva com um irmão (à esquerda), a sobrinha Euridice e o vizinho Cláudio. Atrás, o vizinho Manucho, agora oficial do Exército Angolano |
A evacuação de civis de
Carmona para Luanda!
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, a 25 de Junho de 1975, há 48 anos..., ainda se refaziam (no que podiam...) dos graves e sangrentos incidentes da primeira semana do mês.
Os refugiados que no BC12 tinham achado proteção da tropa portuguesa - afectos ao MPLA, no geral... -, tinham começado a sair para Luanda (eventualmente para outros destinos), como se vê na imagem acima, no geral por via aérea, em meios civis e militares.
Uma das famílias nessa situação foi a do agora aposentado engº. Eugénio Silva, quadro da Sonangol, que, há hoje mesmo, na primeira pessoa e na sua
Os refugiados que no BC12 tinham achado proteção da tropa portuguesa - afectos ao MPLA, no geral... -, tinham começado a sair para Luanda (eventualmente para outros destinos), como se vê na imagem acima, no geral por via aérea, em meios civis e militares.
Uma das famílias nessa situação foi a do agora aposentado engº. Eugénio Silva, quadro da Sonangol, que, há hoje mesmo, na primeira pessoa e na sua
O (ex-furriel) Viegas e o engº. Eugénio Silva em Luanda e em 2019 |
«Hoje, dia 25 de Junho, passaram-se 48 anos desde que,
em 1975, os meus pais, eu e irmãos mais novos, deixámos definitivamente Carmona, por via aérea, com destino a Luanda, depois de não termos conseguido avançar por via terrestre, no Negage!
Alguns irmãos mais corajosos, decidiram avançar por via terrestre, a partir do Negage, mesmo sob ameaças!
Alguns irmãos mais corajosos, decidiram avançar por via terrestre, a partir do Negage, mesmo sob ameaças!
Eu, já adulto, preferi acompanhar os meus pais e irmãos mais novos no regresso a Carmona, tendo nós sido transportados por uma Berliet da tropa portuguesa, até uma aldeia, onde ficamos 14 dias a espera do tão desejado vôo para Luanda!
Felizmente, os outros irmãos conseguiram avançar por terra, sob escolta da tropa portuguesa, e nós, 14 dias depois, conseguimos embarcar de avião para Luanda!
Em terra, ficava tudo o que os meus pais com muito sacrifício, ao longo de 13 anos, haviam conseguido obter! Uma grande lavra e horta, animais, aves, malas e até uma carrinha, que estava a ser reparada!».
Em terra, ficava tudo o que os meus pais com muito sacrifício, ao longo de 13 anos, haviam conseguido obter! Uma grande lavra e horta, animais, aves, malas e até uma carrinha, que estava a ser reparada!».
Há 4 anos, e como se pode ver na foto, tivemos o gosto de, pessoalmente, conhecer Eugénio Silva. Grande abraço, bom amigo!
Cozinheiro Alcino
faleceu há 29 anos!
O cozinheiro Alcino, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, faleceu há precisamente 29 anos - no dia 25 de Junho de 1994.
Alcino Fernandes Pereira, de seu nome completo, jornadeou pelo Quitexe e pela cidade de Carmona (Uíge, depois da independência), e era natural do lugar da Benfeita, freguesia de Cortegaça, no concelho de Mortágua - onde nasceu a 5 de Julho de 1952 e aonde voltou a 8 de Setembro de 1975.
A vida profissional e familiar levou-o para para a zona da grande Lisboa e faleceu aos quase 42 anos de vida, muito novo e em Idanha (Sintra). Nada mais sabemos dele, inclusivamente desconhecemos a razão da sua morte e qual foi a sua actividade profissional - apesar das diligências efectuadas.
Hoje, 29 anos depois do seu passamento, recordamo-lo com saudade! RIP!
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