Refugiados civis, jovens e de há 48 anos. na parada do BC12, em Carmona - a actual cidade do Uíge. Com eles, está o 1º. cabo Emanuel Miranda dos Santos, que está emigrado nos Estados Unidos |
O BC12 , na saída de Caroma para o Songo, a 25 de Setembro de 2019, quando por lá passou o furriel Viegas, da CCS |
O Diário de Lisboa de 2 de Junho de 1975, há 48 anos, noticiou que a segurança da cidade de Carmona (actual cidade de Uíge) estava dependente das forças integradas (mistas).
O que não era verdade e disso somos testemunhas factuais, pois a tropa que interveio foi apenas a portuguesa, unicamente os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Nem sensatamente seria curial que as forças mistas se envolvessem em ações que pretendiam anular a fúria insensata e mortífera dos militares dos dois movimentos - qie oneravam as forças mistas.
Frente a companheiros de movimento e misturados
com o inimigo, o que fariam?
O jornal diário vestertino de Lisboa acrescentava que, e citamos, «(...) o recrudescimento das confrontações determinaram uma ordem de marcha, emitida esta manhã, para que segunda força militar integrada siga para Carmona e domine a situação».
Não há memória de que, alguma vez, tal força tenha chegado a Carmona.
Nem precisa seria. A sua presença só iria aumentar a instabilidade da cidade e fazer medrar a insegurança que, brava e corajosamente, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 sustentavam e combatiam, horas atrás de horas, dias seguidos de dias.
Não há memória de que, alguma vez, tal força tenha chegado a Carmona.
Nem precisa seria. A sua presença só iria aumentar a instabilidade da cidade e fazer medrar a insegurança que, brava e corajosamente, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 sustentavam e combatiam, horas atrás de horas, dias seguidos de dias.
E noites!
Sem comer e sem dormir.
«Mais uma vez, as NT procuraram minimizar o conflito, procurando o seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos», lê-se no livro «História da Unidade», referindo também que «no rescaldo, ainda mais vincada ficou a hegemonia da FNLA».
«Tudo o que se possa considerar combatente ou simpatizante do MPLA foi expulso do distrito, no melhor dos casos, porquanto noutros há a citar algumas dezenas de mortos», acrescenta o HdU, também aludindo a «calma ainda mais fictícia e preocupante» que resultou dos graves incidentes.
O HdU também refere que a população pediu «a protecção das NT, a qual lhe foi dada, entrando no quartel um milhar e tal de refugiados», diríamos nós que aproximadamente 2000, o que (o apoio aos refugiados, principalmente do MPLA) «não encontrou receptividade da FNLA, considerando-a como discriminatória e partidária». Dessa posição da FNLA resultou, ainda segundo o HdU, «um período seriamente preocupante para o BCAV. 8423». Que iria «durar» por toda a semana!
«Mais uma vez, as NT procuraram minimizar o conflito, procurando o seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos», lê-se no livro «História da Unidade», referindo também que «no rescaldo, ainda mais vincada ficou a hegemonia da FNLA».
«Tudo o que se possa considerar combatente ou simpatizante do MPLA foi expulso do distrito, no melhor dos casos, porquanto noutros há a citar algumas dezenas de mortos», acrescenta o HdU, também aludindo a «calma ainda mais fictícia e preocupante» que resultou dos graves incidentes.
O HdU também refere que a população pediu «a protecção das NT, a qual lhe foi dada, entrando no quartel um milhar e tal de refugiados», diríamos nós que aproximadamente 2000, o que (o apoio aos refugiados, principalmente do MPLA) «não encontrou receptividade da FNLA, considerando-a como discriminatória e partidária». Dessa posição da FNLA resultou, ainda segundo o HdU, «um período seriamente preocupante para o BCAV. 8423». Que iria «durar» por toda a semana!
Alferes Garcia e furriel Viegas, do PELREC da CCS. O pelotão foi dos primeiros a sair do BC12 para a cidade de Carmona, na madrugada de 1 de Junho de 1975. um domingo de há 48 anos! |
e recolha de civis!
O dia 2 de Junho de 1975, na verdade, foi de violentos combates em Carmona, envolvendo toda a guarnição portuguesa em defesa de pessoas e bens.
O dia 2 de Junho de 1975, na verdade, foi de violentos combates em Carmona, envolvendo toda a guarnição portuguesa em defesa de pessoas e bens.
Aos operacionais (e não eram muitos...) couberam, naturalmente, os pontos mais sensíveis: aeroporto, hospital, Banco de Angola, aquartelamentos e edifícios públicos, comunicações, redes de água, abastecimento e electricidade. E a segurança ma cidade, a dramática operação de recolha da população civil, indefesa e fragilizada, que pedia proteção e era recolhida nas ruas, às portas de suas casas, e levada para o BC12. E dos feridos, fossem civis ou elementos das forças em confronto, para o ocupadíssimo hospital da cidade.
O dia, na verdade, foi de combates sangrentos e nalguns casos quase corpo a corpo, entre os combatentes da FNLA (o Exército de Libertação Nacional de Angola, o ELNA) e as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (as FAPLA, do MPLA). Nunca ninguém saberá quantas mortes aconteceram nestes dramáticos dias de Carmona.
Nunca poderão ser contados quantos sacrifícios e actos de coragem protagonizaram os Cavaleiros do Norte!
Quantos deles arriscaram a vida para, sem recuar, salvarem vidas da cidade!!!
Os não atiradores ocuparam também posições de defesa do BC12 e de alguns importantes outros pontos da cidade. Por exmplo, a ZMN/CSU, bancos, aeroporto, captações de água e hospital, civila.
Furriel Abel Mourato
faleceu há 3 anos !
O furriel miliciano Abel Maria Ribeiro Mourato, combatente alentejano da 2ª. CCAV. 8423, faleceu a 2 de Junho de 2020, há precisamente 3 anos e vítima de doença.
Vagomestre de especialidade militar, dos Cavaleiros o Norte de Aldeia Viçosa e do comando do capitão miliciano José Manuel Cruz, nasceu a 24 de Janeiro de 1952 e partiu para Angola a 4 de Junho de 1974. De lá regressou a 10 de Setembro de 1975 - no final da sua (e nossa) jornada africana do Uíge do norte angolano.
Furriel Abel Mourato
faleceu há 3 anos !
O furriel miliciano Abel Maria Ribeiro Mourato, combatente alentejano da 2ª. CCAV. 8423, faleceu a 2 de Junho de 2020, há precisamente 3 anos e vítima de doença.
Vagomestre de especialidade militar, dos Cavaleiros o Norte de Aldeia Viçosa e do comando do capitão miliciano José Manuel Cruz, nasceu a 24 de Janeiro de 1952 e partiu para Angola a 4 de Junho de 1974. De lá regressou a 10 de Setembro de 1975 - no final da sua (e nossa) jornada africana do Uíge do norte angolano.
É justo e merecido lembrar que por lá foi grande e bom companheiro da nossa jornada e, cá, foi funcionário público da administração fiscal.
Residia em Vila Viçosa e já aposentado, começou a queixar-se de dores na cervical e de artroses, o que o fez entrar em ciclo depressivo. A 27 de Maio de 2020, entrou em internamento hospitalar, tendo-lhe sido diagnosticados problemas de tensão alta, dificuldades de oxigenação e uma embolia pulmonar.
Casado em segundas núpcias com Manuela, era pai de Marta, de 19 anos. E de Nuno Miguel, de 42 e do primeiro casamento. Até um destes dias, amigo Mourato! Não te esquecemos por cá! RIP!!!
Residia em Vila Viçosa e já aposentado, começou a queixar-se de dores na cervical e de artroses, o que o fez entrar em ciclo depressivo. A 27 de Maio de 2020, entrou em internamento hospitalar, tendo-lhe sido diagnosticados problemas de tensão alta, dificuldades de oxigenação e uma embolia pulmonar.
Casado em segundas núpcias com Manuela, era pai de Marta, de 19 anos. E de Nuno Miguel, de 42 e do primeiro casamento. Até um destes dias, amigo Mourato! Não te esquecemos por cá! RIP!!!
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