Avenida do Quitexe. A messe de oficiais, com telhado de zinco (indicado a roxo) e a casa dos
furriéis e secretaria da CCS (a verde). Simão Toco, líder religioso angolano (foto de 1984), em baixo
Andava eu nas minhas oitavas aniversariais, a 22 de Novembro de 1974, e, em Luanda, Lúcio Lara, o chefe da delegação do MPLA, dava conta da disponibilidade do seu partido para «formar um governo de transição». E até olhou «com bastante simpatia as palavras de um irmão que também andou na mata». Quem? Imaginem: Jonas Savimbi, líder da UNITA.
Lara falava numa conferência de imprensa e, sem reservas, afirmava que «o MPLA considera chegado o momento de declarar solenemente que está aberta a todas as funções que possam contribuir para a resolução dos principais problemas que afectam a vida nacional». Queria isto dizer, segundo precisou, que o movimento de Agostinho Neto estava «pronto a participar num governo deste ou daquele tipo, de pois de trocar, evidentemente, as necessárias impressões com os movimentos de libertação, para que seja possível encontrarem-se em conjunto as fórmulas que se impõem para a continuidade politica, económica e social de Angola».
Eram palavras de esperança!!
A questão é que, na mesma Luanda, «círculos bem informados», para citar o Diário de Lisboa de há 39 anos, era opinião que o encontro previsto para 23 de Novembro, o dia seguinte, em Kinshasa, entre Holden Roberto (FNLA), Daniel Chipenda (Facção do MPLA), Jonas Savimbi (UNITA) e Simão Toco (líder religioso angolano, da Igreja Tocoísta, ou Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo do Mundo), teria o objectivo de «criar uma frente comum contra o MPLA», com o patrocínio de Mobutu, o presidente do Zaire.
A 22 de Novembro, o capitão José Paulo falcão esteve reunido no BC12, em Carmona, com os comandantes das unidades militares do Comando de Sector de Uíge. Eram contactos que se seguiam aos de 8, 13 e 18 e antes do de 27 desse mesmo mês de Novembro de 1974. Há 39 anos!!!
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