Quitexe,entrada do lado de Carmona (em cima). Capitão miliciano médico Leal (em baixo)
O mês de Novembro de 1974, pela angolana terra de Quitexe, foi tempo para o adeus ao capitão miliciano médico Leal, que ainda hoje, aos 85 anos!!!!, vende saúde e pratica medicina pela sua Fafe de residência.
A ordem de serviço nº. 76 dá conta da sua condecoração, com a medalha militar comemorativa das Campanhas do Exército Português, com a legenda ANGOLA 1972-73-74. A Oordem de serviço nº. 78, publica o louvor à sua «competência profissional e elevado espírito de servir», ora como médico militar ora como Delegado de Saúde. Foi um grande companheiro, verdadeiro João Semana das dores e das almas.
Luanda, aos idos dias de S. Martinho de 1974, é que ia pouco santificada. O jornal A Província de Angola (o actual Jornal de Angola) dava conta das preocupações dos três partidos - MPLA, FNLA e UNITA -, que apelavam publicamente para a calma e a ordem. «Quem está, então, a causar estas provocações?», perguntava o jornal, em editorial.
A comunidade branca sentia-se insegura e «as forças armadas portuguesas presas a dois fogos». Por um lado, «acusadas pelos brancos de não assegurarem uma protecção adequada». Os negros, pelo seu, insurgiam-se contra o que consideravam «uma repressão severa das desordens».
A «ansiedade dos brancos», segundo o Diário de Lisboa, «aumentou ainda mais com a evasão de 160 reclusos da cadeia de Luanda, quando os 100 que se evadiram em Junho ainda se encontram a monte». E temiam «confrontações entre o MPLA, a FNLA e UNITA», caso estes movimentos «não consigam dominar os elementos criminosos».
Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa, através da rádio, lançou «um apelo à calma». O MPLA, em comunicado, negou «quaisquer responsabilidades» nos incidentes da véspera (pelo menos 25 mortos e mais de 65 feridos) e a FNLA, na palavra de Vaal Neto, afirmou que «depois de 14 anos de guerra com os portugueses», o momento «era de cooperação e de paz». Fernando Wilson dos Santos, da UNITA, chegado na véspera, fez «apelo a todos os angolanos de todas as cores para trabalharem em conjunto».
- LEAL. Manuel Soares Cipriano Leal, capitão miliciano
médico da CCS do BCAV. 8423. tem 85 a os e reside em Fafe,
onde ainda exerce a profissão. Ver AQUI
Sem comentários:
Enviar um comentário